Sedac promove seminário sobre massacre de Porongos
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A Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) e as entidades de defesa da dignidade da etnia negra promovem terça-feira (20), às 15h, na Casa de Cultura Mario Quintana, sala A-2-B-2, no segundo andar, um seminário sobre o projeto Memorial dos Lanceiros Negros. Com o título Memória, História e Inclusão Social, o evento pretende resgatar a história do massacre de Porongos, em Pinheiro Machado, em 14 de novembro de 1844, durante a Guerra dos Farrapos. O seminário integra a comemoração dos 26 anos de fundação do Museu Antropológico do Rio Grande do Sul (MARS). O sociólogo Luís Osmar Mendes vai apresentar à comunidade e aos jornalistas a idéia de um projeto para o Cerro dos Porongos, em Pinheiro Machado, na Metade Sul do Estado, onde planeja erguer um memorial para lembrar a chacina e homenagear os escravos que lutaram ao lado dos farroupilhas, em troca de cartas de alforria. O professor Waldemar Moura Lima, mais conhecido como Pernambuco, vai ler, na abertura do seminário, a carta em que o comandante das Forças Imperiais da Revolução Farroupilha, general David Canabarro, autorizava, dia 9 de novembro, há 160 anos, os seus comandados a promover uma emboscada contra os negros, em plena madrugada, para assassiná-los sem direito a defesa. Alforria Historiadores supõem que o assassinato em massa teria sido uma forma de o Império livrar-se de pressões de fazendeiros de outros estados do Brasil, preocupados com a liberdade dos escravos gaúchos. Se lhes fosse concedido o direito à alforria em troca da luta ao lado dos farroupilhas, poderia se abrir um precedente que eliminaria aos poucos a mão-de-obra das lavouras, o que geraria um problema econômico aos proprietários de terras em todo o País. O seminário na Casa de Cultura Mario Quintana reunirá o historiador Euzébio Assumpção, que dará uma visão histórica sobre a traição de Porongos, o antropólogo Rui Leandro Silva, mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e secretário-adjunto de Direitos Humanos e Segurança Urbana da prefeitura de Porto Alegre, que fará uma análise antropológica de questões raciais e de inclusão social, associando o episódio histórico à realidade atual, e a professora Cármen Amora, coordenadora de Educação Afro-brasileira da Sedac, que examinará o desenvolvimento do programa de educação para afrodescendentes. O seminário terá entrada franca. Será promovido em parceria com a prefeitura de Pinheiro Machado, Fundação Cultural Palmares do Ministério da Cultura, Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Movimento Quilombista Contemporâneo, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado, MARS, Sistema Lei de Incentivo à Cultura, Centro Cultural Cândido Velho, Instituto dos Arquitetos do Brasil-RS, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e Movimento de Consciência Negra Zumbi dos Palmares, de Pinheiro Machado.