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Sede do governo estadual, Palácio Piratini completa 95 anos de história

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Pátio interno, com esculturas do francês Paul Landowski, separa as alas de governança e residencial
Pátio interno, com esculturas do francês Paul Landowski, separa as alas de governança e residencial - Foto: Leandro Osório/Especial Palácio Piratini

Nesta terça-feira, 17 de maio, o Palácio Piratini - sede do governo gaúcho - completa 95 nos. A data será comemorada com eventos alusivos à edificação, uma das principais atrações arquitetônicas de Porto Alegre e do estado, a partir do próximo dia 24. A construção do prédio, em estilo neoclássico, iniciou-se em 1896 e, daí em diante, tornou-se símbolo de história. Dentre as inúmeras obras de arte que adornam o Palácio, estão as pinturas de Aldo Locatelli, que decoram os salões Negrinho do Pastoreio e Alberto Pasqualini.

Em 1986, o Palácio Piratini foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado. E, em 2000, integrando o sítio histórico da Praça da Matriz, a edificação, bem como seus bens integrados, passaram a ter a proteção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Considerado uma verdadeira obra de arte, o Palácio Piratini encanta a todos que o visitam. Mas sua construção durou muitos anos. A sede do Executivo estadual teve sua obra iniciada em substituição ao antigo Palácio de Barro, construído em estilo colonial, após Porto Alegre tornar-se capital da Capitania. O local, na época conhecido como Alto da Praia, foi escolhido estrategicamente, situado ao lado da Igreja Matriz e da Casa da Real Fazenda.

A construção iniciada em 1896, pelo engenheiro Affonso Hebert, foi interrompida em 1901. Somente oito anos após, as obras foram retomadas, com a chegada a Porto Alegre do arquiteto francês Maurice Gras, responsável pela apresentação do projeto ao então presidente do Estado, Carlos Barbosa Gonçalves.

Materiais importados

O projeto - arrojado para a época - separava em dois blocos a função representativa do Palácio: a ala da governança e a residencial, divididas por um pátio interno, o que permanece até hoje. Para a obra vieram materiais importados da França, desde a pedra calcária e o cimento, até os lustres e apliques que adornam a ala governamental. Também a Inglaterra contribuiu com a obra, fornecendo outra parte do cimento. Os lustres franceses de cristal são réplicas dos usados no Palácio de Versalhes. As belas esculturas da fachada, assim como as da área interna, são do escultor francês Paul Landowski, o mesmo que esculpiu o Cristo Redentor do Rio de Janeiro.

Mas, durante a I Guerra Mundial, as obras foram paralisadas mais uma vez – de 1914 a 1918. O então presidente Borges de Medeiros dispensou o arquiteto Maurice Gras e retomou a obra em regime de empreitada. Escultores e ornamentistas radicados no estado passaram a trabalhar na construção. Em 17 de maio de 1921 o prédio pôde ser ocupado, mas sem inauguração oficial, pois boa parte das obras ainda não estavam prontas. Em 1922, foram recomeçados os trabalhos na ala residencial e concluído o ajardinamento entre as duas edificações.

Somente em 1945 foram reiniciadas as obras de decoração interna dos salões da ala governamental. E em 1951 o pintor italiano Aldo Locatelli foi contratado para pintar os vários murais que contam a história rio-grandense, não somente nas paredes, mas também no teto dos salões.

Foi o governador Ildo Meneghetti que, em 1955, concedeu, por decreto, o nome de Palácio Piratini à sede do governo gaúcho, em homenagem a primeira capital do República Rio-Grandense. Em 1961, mais uma vez, o Palácio Piratini teve um importante papel na história não somente do Rio Grande do Sul, mas do Brasil, ao tornar-se símbolo do movimento de resistência liderado pelo governador Leonel Brizola, conhecido como Legalidade, que teve como objetivo garantir a posse constitucional do vice-presidente da República, João Goulart. 

Hoje, o Palácio Piratini, ao completar 95 anos, está aberto à visitação de todos que desejarem conhecer e reviver a história do Rio Grande do Sul, seja através da sua arquitetura, pinturas e também do acervo cultural.

 

Texto: Margareth de Paula
Edição: Cristina Lac

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