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Segundo dia da Mini COP 2025 teve palestras e elaboração da Declaração da Juventude Gaúcha pelo Clima

Jovens líderes da Rede Estadual discutiram ações para enfrentamento das mudanças climáticas

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Segundo dia da Mini COP 2025 contou com palestras e elaboração da Declaração da Juventude Gaúcha pelo Clima
Estudantes viveram dois dias de experiência imersiva no campus da Unisinos, em São Leopoldo, e escreveram documento ao final - Foto: Ascom Seduc

O segundo dia da Mini COP 2025, nesta sexta-feira (11/7), foi marcado por muitas trocas de experiências entre os jovens líderes que representaram a Rede Estadual de educação ao longo do evento, que começou na quinta (10/7). Os estudantes viveram dois dias de experiência imersiva no campus da Unisinos, em São Leopoldo, debatendo temas que serão centrais na próxima Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) – marcada para ocorrer em Belém, no Pará, no mês de novembro. 

A manhã começou com a palestra “Mudanças climáticas e adaptação no bioma Pampa”, apresentada pela mestre em Ciência da Sustentabilidade, Marina Godward. Durante a tarde, os estudantes visitaram a exposição sobre os biomas Pampa e Mata Atlântica. A atividade foi uma imersão afetiva e crítica sobre as riquezas desses ecossistemas e as ameaças causadas pelas mudanças climáticas.

“Essa experiência está sendo bem importante porque estamos dialogando bastante, além de estarmos conhecendo lugares e visões diferentes. Dessa maneira, conseguimos levar ideias novas para nossas escolas”, destacou a estudante Isabela Silveira, representante da 18ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE).

Trabalho conjunto

No primeiro dia de evento, na quinta-feira, sete estudantes selecionados como lideranças climáticas discutiram questões referentes a diferentes territórios e biomas do Rio Grande do Sul, apresentando dossiês sobre as respectivas regiões que estavam sendo representadas. Nesta sexta, durante a manhã, os líderes de cada polo apresentaram, aos seus colegas de grupo, esses materiais, com pesquisas elaboradas por eles, acerca de cada território.

Os estudantes foram divididos em grupos de acordo com o polo do qual faziam parte para debater com os líderes e realizar a construção prévia da Declaração da Juventude Gaúcha pelo Clima, documento que será apresentado na COP30. Posteriormente, os sete líderes selecionados trabalharam na consolidação da versão final do documento, que foi revisada por um especialista convidado.

Por fim, a declaração, construída em conjunto pelos sete estudantes, foi lida pelo jovem líder eleito como Young Champion, Bruno Silva, da 10ª CRE, que realizou também a entrega simbólica do documento para as autoridades presentes.

A cerimônia de encerramento foi conduzida pela secretária-adjunta da Educação, Stefanie Eskereski, que destacou o caráter coletivo e inspirador da declaração. “O documento representa mais de 720 mil estudantes gaúchos que emprestaram suas vozes para os líderes presentes. Todos nós somos impactados pelas mudanças climáticas, então é nossa responsabilidade garantir apoio para que elas tenham o menor efeito possível na aprendizagem dos alunos e na vida das pessoas”, disse. “Esta é uma carta de esperança, uma declaração com pedidos ao governo e à sociedade civil, mas também um compromisso de vocês com ações concretas.”

Declaração da Juventude Gaúcha pelo Clima

Mini COP RS – Julho de 2025

Introdução

A partir de diálogos entre líderes dos Polos regionais e representantes das comunidades quilombolas e indígenas, foi possível identificar desafios comuns enfrentados em seus territórios: enchentes, longos períodos de estiagem e ondas de frio extremo. Esses eventos climáticos, cada vez mais frequentes, afetam diretamente a produção agrícola, a saúde das populações, a segurança alimentar e os modos de vida tradicionais.

1. Nossa visão sobre a emergência climática no Rio Grande do Sul

Diante do agravamento da crise climática, a juventude e a liderança estudantil têm um papel essencial. É urgente denunciar a ausência de educação ambiental nas escolas e incentivar o engajamento em ações locais. Jovens podem contribuir com ideias inovadoras, fortalecer a comunicação entre pares e lideranças, e construir soluções sustentáveis baseadas no território.

2. O protagonismo das juventudes

As juventudes têm o potencial de transformar a realidade. São protagonistas na mobilização, na disseminação de informações pelas redes sociais e na criação de novas formas de participação. Ferramentas digitais permitem a articulação entre diferentes regiões e a construção de soluções coletivas, ampliando o alcance e o impacto das ações climáticas.

3. Prioridades e propostas por eixo temático

- Justiça Climática e Territórios

Grupos historicamente marginalizados – indígenas, quilombolas, ribeirinhos, negros, mulheres, LGBTQIAPN+ – sofrem de forma desproporcional os impactos da crise climática.

Esses grupos vivem em áreas de risco e devem estar no centro das políticas públicas. A justiça climática também deve considerar os impactos sobre os animais silvestres e o equilíbrio dos ecossistemas.

- Tecnologia e Inovação Climática

É fundamental desenvolver sistemas de alerta para eventos extremos e promover campanhas de conscientização nas redes sociais, especialmente entre os jovens. A tecnologia deve ser uma aliada da educação ambiental e da transformação social.

- Escolas e Cidades Resilientes

Devemos investir em infraestrutura segura, áreas verdes, sistemas de escoamento e educação para emergências. As escolas precisam estar preparadas para eventos extremos, com sinalização adequada, protocolos de evacuação e formação de estudantes e educadores.

4. Compromissos da Juventude Gaúcha

Assumimos o compromisso de mobilizar nossas comunidades por meio de coletivos estudantis e ações ambientais locais. Exemplo disso é o coletivo ambiental da Escola Seno Frederico Ludwig, do Polo 1, que já atua com 15 integrantes.

5. Chamado à Ação

- Propostas Locais

  • Implantação de hortas escolares.
  • Captação da água da chuva para uso nas escolas.
  • Coleta seletiva e separação correta de resíduos.
  • Projetos sustentáveis nas escolas.
  • Educação ambiental para crianças com ações práticas.

- Propostas Estaduais e Nacionais

  • Materiais didáticos interativos sobre educação ambiental.
  • Escolas e cidades adaptadas para eventos extremos.
  • Preservação de mananciais e matas ciliares.
  • Sistemas de alerta e prevenção de desastres.
  • Fontes de energia renovável e transporte não poluente.
  • Incentivo à agroecologia e proteção dos povos originários.
  • Consumo consciente e economia circular.
  • Conscientização sobre a indústria da moda e uso de animais silvestres.
  • Investimento em ciência, tecnologia e educação.

Conclusão

As mudanças climáticas já impactam profundamente o Rio Grande do Sul. É urgente repensar a estrutura da sociedade com foco em prevenção e justiça climática. Precisamos mudar hábitos, proteger os biomas Pampa e Mata Atlântica, reduzir emissões e reflorestar áreas degradadas. Que as ações da juventude gaúcha sirvam, como diz o hino do nosso estado, “de modelo a toda a terra”.

Texto: Mariana Gomes e Flavia Azolin/Ascom Seduc
Edição: Secom

 

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