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Seminário O RS em 1808 examina a história dos gaúchos

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O secretário da Ciência e Tecnologia, Paulo Schuller Maciel, durante sessão de abertura do seminário O RS em 1808, no auditório Dante Barone da Assembléia Legislativa.
O secretário Maciel durante abertura do seminário O RS em 1808 - Foto: Itamar Aguiar / Palácio Piratini

Ao abrir na manhã desta quinta-feira (5) o seminário O Rio Grande do Sul em 1808 - a Construção do RS, no auditório Dante Barone, na Assembléia Legislativa, o secretário de Ciência e Tecnologia, Paulo Maciel, representando a governadora Yeda Crusius, destacou a importância de os gaúchos terem uma idéia clara do seu próprio Estado, afinal somos um Estado que tem a palavra república no seu brasão, canta e sabe o seu hino.

Na avaliação feita pelo secretário, o evento marca a trajetória iniciada no dia 9 de outubro de 1809, quando tomou posse o primeiro governador e capitão-geral da Capitania de São Pedro do Rio Grande, Dom Diogo de Souza. Começou uma nova realidade política e administrativa da capitania. Em 2009, completaremos 200 anos deste acontecimento tão importante da história gaúcha e o seminário é o primeiro momento para marcar isso.

Conhecer a história
Segundo Maciel, os gaúchos muitas vezes não conhecem toda a sua história, ou conhecem aspectos dela e não têm uma definição completa da identidade gaúcha. Queremos, nesse momento comemorativo de 200 anos, retomar isso: que Estado realmente nós somos, como chegamos aqui, como foi a nossa organização e como foram os aspectos de gestão que nos levaram a ser este Estado e como somos.

Para o apresentador do seminário, o professor Eugênio Lagemann, o evento, realizado pelo Governo do Estado e Instituto Histórico do Rio Grande do Sul, é fundamental. A governadora Yeda tem visão de planejamento e quem planeja olha para o futuro, mas quem olha para o futuro, fundamentalmente tem que olhar para o passado. Não há como pensar o futuro sem conhecer o passado.

Cidadania
Primeira conferencista, que tratou o tema O Significado para o Rio Grande do Sul da transferência da Corte Portuguesa para o Brasil, a professora Helga Landgraf Piccolo lembrou que a construção da nação foi de cima para baixo. O fato de o Brasil ser um país escravista até 1888, como o RS também foi, restringiu a construção da cidadania no Brasil, que era um outro projeto implícito, segundo a professora.

No período de Dom João VI, observou, houve uma aceleração do tempo histórico. Em 1780, a população do continente de São Pedro era de 17.923 habitantes, incluídos brancos, índios e negros. Já o Censo de 1814 acusava 70.657 habitantes, computados brancos, índios, livres, escravos e recém-nascidos. Em Porto Alegre, viviam  2.746 brancos, de ambos os sexos, 34 indígenas, 588 livres de todas as cores, 2.312 escravos e 431 recém-nascidos, num total de 6.111 habitantes.

Capitania geral
O aumento da população do RS, citou a professora, significou indício para o crescimento econômico e social da capitania. Mas um ato administrativo do governo português, uma carta-patente de 19 de setembro de 1807, antes da transferência da corte, criou a capitania do Rio Grande de São Pedro do Sul (são várias denominações semelhantes), desanexada da capitania do Rio de Janeiro. Ou seja, transformou-se em capitania geral e deixou de ser subalterna.

Em 7 de outubro de 1809, quando a corte já estava no Brasil, foi promulgada oficialmente a criação das quatro primeiras vilas da capitania: Porto Alegre, Rio Grande, Rio Pardo e Santo Antônio, relatou a professora. A quinta Vila, explicou ela, foi Cachoeira do Sul. Essa provisão de outubro de 1809 também determinou quais os cargos de justiça que deveriam ser criados e preenchidos nas vilas estabelecidas. Até 1812, em termos de Justiça, o RS dependia da comarca se Santa Catarina.

Participam também do seminário, os painelistas capitão-tenente Carlos André Lopes da Silva (Museu Naval/RJ, com o tema Paulo Gama como almirante), e os professores Cezar Augusto Guazzelli (UFRGS), A cartografia histórica do RS, o professor Gervásio Neves (IHGRGS), com o tema A demografia no RS, e o professor Brás Brancato (IHGRGS/PUCRS), que atua como moderador dos debates.

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