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Sustentabilidade das lavouras camaquenses faz jovens retornarem ao campo

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17.09.13: Programa Nova Política para o Arroz Gaúcho.
Nova Política para o Arroz Gaúcho - Foto: Pedro Revillion/Palácio Piratini

À frente dos negócios no Rancho King, na cidade de Camaquã, região Sul do Estado, Betânia Langaray, 28 anos, aplica na propriedade rural da família os conhecimentos adquiridos no curso de Farmácia Industrial, focando na produção de grãos, trabalho iniciado pelo pai, em 1978. Na contramão dos jovens que são seduzidos pela vida no meio urbano, Betânia deixou tudo para trás e retornou ao campo, após 10 anos morando em Porto Alegre, onde formou-se pela PUCRS.

A farmacêutica projeta ampliar o aprendizado para crescer na atividade de coordenação de qualidade e produção de sementes. Devido às circunstâncias da vida, precisei voltar para tocar os negócios com meus pais, que já não conseguiam fazer tudo sozinhos.



A família Langaray é dona de quase cinco mil hectares de terras em Camaquã, um dos principais locais de orizicultura do Estado. Orgulhosa de ser responsável pela qualidade dos produtos do rancho da família, Betânia conta que a produção está baseada na rotação de culturas (arroz, soja e pecuária) e no investimento em tecnologia.

As sementes certificadas pelo Instuto Riograndense do Arroz (Irga) são a garantia da qualidade do arroz comercializado, afirma a farmacêutica. Nós servimos de referência para a região e fazemos pesquisas e experimentos de novos cultivares. Por incentivo do Irga, pela alternância nas culturas, estamos desenvolvendo a produção do milho agora.

Assim como Betânia, o jovem Rafael Dorneles da Silva, 27 anos, também coordena a produção de arroz, soja e triticali (centeio com trigo) iniciada pelo avô há 40 anos em Camaquã. Depois de quatro anos na Capital, Rafael até comemora não ter concluído a faculdade para voltar mais cedo para o meio rural. Felizmente eu não consegui. Eu sentia falta da vida que eu tinha. Hoje eu acordo cedo para cuidar da rotina diária da nossa lavoura, faço a manutenção das máquinas e acompanho o trabalho dos funcionários, relata.

Os dois jovens camaquenses representam a terceira geração de produtores rurais na mesma propriedade, o que contraria as estatísticas de que as condições de vida na cidade contribuem para a evasão no campo. Na avaliação do presidente da Associação dos Arrozeiros de Camaquã, José Carlos Gross, a sustentabilidade mantém a juventude no meio rural.

Gross acredita que as recentes políticas de incentivo à agricultura do Governo gaúcho têm influenciado diretamente nesta realidade. Com a possibilidade de termos melhores condições de financiamento para a construção de silos, para que o próprio produtor possa armazenar e secar os grãos, não ficamos vulneráveis às alterações do clima e demais fatores de mercado que afetam nossa sobrevivência. Além disso, o Executivo também investe na rotação de culturas, que é mais uma forma de acabar com a crise do arroz em longo prazo, pois traz alternativa de renda, diz.

O Programa Estadual de Expansão da Agropecuária Irrigada - Mais Água, Mais Renda - subvenciona 30% do investimento na aquisição de equipamentos de irrigação aos produtores, além de facilitar a obtenção das licenças e outorgas ambientais - também foi citado pelo presidente da entidade dos arrozeiros de Camaquã como fundamental para garantir a produção, mesmo em tempos de estiagem. Se não tiver incentivo para nossa economia, os jovens não permanecerão no campo. Nós fizemos um pacto com o Governo do Estado e está dando certo, afirma Gross.

Plano Safra fornece bolsas para jovens
Principal programa voltado à atividade agropecuária no Rio Grande do Sul, o Plano Safra Estadual 2013/14 prevê um investimento de R$ 2 milhões no Bolsa Jovem. Os beneficiados, com idade entre 16 e 29 anos, receberão auxílio mensal de R$ 1,2 mil, além de qualificação profissional. Os que estiverem estudando em escolas técnicas agrícolas têm prioridade.

O Plano Safra gaúcho disponibiliza ainda R$ 3 bilhões para ações que vão da produção à comercialização. A iniciativa garante a continuidade das políticas desenvolvidas nos anos anteriores - em sintonia com o Governo Federal -, como assistência técnica a pequenos produtores, projetos para irrigação e desenvolvimento da cadeia produtiva leiteira, e inovações para o agronegócio.

Redução tributária aumentará competitividade
Um dos principais pleitos do setor arrozeiro gaúcho para aumentar a competitividade da produção brasileira no mercado de exportação foi contemplada pelo Governo do Estado. Nesta terça-feira (17), o governador Tarso Genro anunciou em Camaquã a Nova Política do Arroz Gaúcho. A medida foi acordada entre produtores, indústria e Governo para redução tributária na orizicultura gaúcha. Nunca se construiu um acordo desta envergadura, observa o presidente da Associação de Arrozeiros de Camaquã. Ele estima que, com a atenção dada pelo Governo estadual ao setor, cada vez mais jovens permanecerão no campo.

A Nova Política do Arroz Gaúcho prevê:
- Cobrar o ICMS de produtores rurais nas vendas de arroz em casca para empresas que não paguem imposto nas operações interestaduais. Para que a operação de compra do cereal não seja tributada deverá formalizar o Termo de Acordo com o Estado se comprometendo a destacar o ICMS nas operações subseqüentes;

- Aumentar o atual crédito presumido de 3,5% sobre o valor da aquisição de arroz gaúcho para até 7% (quanto maior a base de cálculo para tributação do ICMS, maior o percentual). Para gozar desse incentivo, a empresa não poderá utilizar mais de 10% de cereal importado no processo produtivo.

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Texto: Rachel Duarte
Foto: Pedro Revillion/Palácio Piratini
Edição: Redação Secom (51) 3210.4305

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