Técnicos da Emater realizam diagnóstico em propriedades de suinocultores
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Duas mil e trezentas propriedades rurais do Noroeste do Rio Grande do Sul participam da elaboração de um diagnóstico sobre a situação atual do setor suinícola. Através de visitas e vistorias nas propriedades rurais, durante março e abril os técnicos da Emater vão coletar informações sobre o perfil dos criadores de suínos da região e os impactos ambientais causados pela atividade. O trabalho envolve criatórios em 57 municípios da região que formam a bacia hidrográfica Turvo-Santa Rosa-Santo Cristo, em propriedades rurais sem licenciamento ambiental para criação de suínos. Trata-se de um trabalho amplo que irá radiografar a suinocultura, uma atividade de grande importância econômica para o Rio Grande do Sul e que nos últimos anos enfrenta sérias dificuldades, observa o presidente da Emater, Caio Tibério da Rocha.
Como todo o mapeamento efetuado em qualquer atividade rural, Rocha acentua o fato de os dados permitirem que todo o agronegócio da suinocultura possa melhor se situar não apenas quanto ao mercado local e regional, mas também na condição sanitária do plantel de suínos, item que os criadores jamais podem se descuidar. Através do levantamento buscamos conhecer a realidade da estrutura das propriedades criadoras de suínos e qual a situação de contaminação ambiental nas margens dos rios Santo Cristo, Comandaí e outros riachos que formam a bacia, frisa o coordenador do programa na região, agrônomo da Emater, Paulo Kappel.
O diagnóstico é primeira etapa de um projeto de controle da contaminação ambiental implementado pelo Programa Nacional de Meio Ambiente II (PNMA). O programa é organizado pelo Ministério do Meio Ambiente, com execução da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e participação da Emater e das Secretarias Estaduais da Saúde, Agricultura, Proteção Ambiental. A primeira parte do diagnóstico é preenchida com os dados de identificação da propriedade e do produtor. Num segundo momento, os técnico da Emater visitam locais estratégicos da propriedade, como poços artesianos, córregos, açudes, riachos e demais fontes de água existentes.
Também são vistoriados os locais de criação e acomodação dos suínos e os espaços de destino dos dejetos, como as esterqueiras. Os locais são identificados através de um geoprocessador ou GPS, descritos pelo técnico em um formulário específico. A distância das fontes de água da pocilga, o tipo de esterqueira, a estrutura do local de criação como janelas, comedouros e bebedouros, são algumas das informações registradas. Após o levantamento dos dados, o técnico elabora um parecer dos aspectos que precisam ser melhorados.
As informações irão compor um mapa, que desenhará a situação da suinocultura na região. Depois da realização do levantamento serão implantadas propriedades-pilotos, seguindo os padrões exigidos para o licenciamento ambiental. Conhecendo a situação das propriedades, teremos condições de elaborar um planejamento de ações que controlem os poluentes, na perspectiva de uma suinocultura ambientalmente adequada. Com as propriedades devidamente licenciadas e realizando o manejo adequados dos dejetos de suínos, haverá água de melhor qualidade para todos, justifica coordenador do programa.
Em São Pedro do Butiá, um dos municípios onde a Emater/RS-Ascar realiza o diagnóstico, serão visitadas cerca de 40 propriedades situadas nas margens do Rio Comandaí. O estudo é bastante importante pois, apesar de falarmos muito sobre poluição ambiental, não sabemos na realidade como está esta situação, destaca o técnico agrícola Olir Vier. Kappel justifica que o índice poluidor da suinocultura é o primeiro a ser diagnosticado pelo programa, devido à falta de informações sobre a situação das propriedades criadoras de suínos sem licenciamento ambiental e os impactos causados por esta atividade no meio ambiente. Outros aspectos poluidores também serão pesquisados futuramente.