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Tecnologia e trabalho multidisciplinar para combater a pedofilia e o abuso infantojuvenil

Unidade especializada reúne equipamentos modernos, profissionais de informática, genética forense e perícia psíquica

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A imagem mostra dois homens, ambos de touca e máscara de proteção, em um laboratório. O homem da esquerda veste um jaleco branco e luvas, e segura um pequeno tubo de ensaio. O homem da direita veste uma camiseta azul escura com a inscrição "PERÍCIA CRIMINAL" e o símbolo da Polícia Federal. Ele está sentado em frente a um notebook Dell, com a mão direita sobre o mouse e a esquerda sobre o teclado, aparentemente interagindo com o computador.

Entre os dois, há um equipamento grande e preto com o logo "Applied Biosystems" e a sigla "FNSP" visível. O ambiente de fundo é um laboratório, com bancadas cinzas de granito, diversos outros equipamentos de laboratório e janelas com molduras brancas que separam o espaço de outro cômodo. O homem de jaleco tem cabelos escuros, e o de camiseta azul tem barba.
Nucope do IGP-RS foca no combate a crimes contra crianças com equipe multidisciplinar e equipamentos de alta tecnologia - Foto: Anelize Sampaio/Ascom IGP-RS

Criado em julho deste ano para reforçar as ações da Segurança Pública no combate aos casos de pedofilia e abuso infantojuvenil, o Núcleo de Combate à Pedofilia e ao Abuso Infantojuvenil (Nucope), do Instituto-Geral de Perícias do Rio Grande do Sul (IGP-RS), reúne uma equipe multidisciplinar de Informática Forense, de Genética Forense e de Perícias Psíquicas. Além disso, o Nucope conta com equipamentos modernos que ajudam a oferecer uma resposta cada vez mais articulada e qualificada a esses delitos, apoiando de forma determinante a atuação das delegacias especializadas. 

O trabalho da informática forense

A Informática Forense é a ferramenta por meio da qual o IGP-RS consegue fornecer as  provas digitais dos delitos cibernéticos às autoridades. Para isso, os peritos utilizam ferramentas especializadas para extrair dados de mídias e dispositivos; recuperar arquivos eventualmente deletados; analisar logs (registros em sistemas) e metadados; identificar a autoria digital dos delitos, rastrear endereços IP, entre diversos outros elementos. Essas análises resultam em laudos que são encaminhados à autoridade policial, para auxiliar na investigação e eventual penalização dos envolvidos. 

A perícia laboratorial

A modalidade atua especialmente em casos de abuso sexual, oferecendo exames que podem estabelecer a identidade dos agressores e outras informações cruciais para elucidar o crime, como a presença de vestígios em vestes, veículos ou nos locais onde ocorreram práticas delituosas. Quando somado à atuação da informática, o trabalho realizado no laboratório pode montar um escopo de provas ainda mais robusto, o que contribui diretamente com o trabalho realizado pelas demais forças de segurança e da Justiça.   

A imagem, vista de cima, mostra as mãos de uma pessoa trabalhando em uma bancada de eletrônica. As mãos seguram ferramentas e fios com pontas vermelhas e pretas, conectando-os a um celular parcialmente desmontado. A bancada é de cor azul, com uma textura quadriculada, e há várias peças e ferramentas espalhadas sobre ela.

No centro da bancada, está o celular com a bateria removida. Há outras baterias de celular próximas, além de um cabo USB e uma pinça. À direita, é possível ver um rolo de fio, um ferro de solda e outras ferramentas de precisão. O fundo da imagem mostra a continuação da bancada, com mais equipamentos e objetos, como um multímetro amarelo e um frasco de cola. O ambiente é um espaço de reparo ou análise de dispositivos eletrônicos.
Com investimento superior a R$ 12 milhões, governo visa reforçar a eficiência na resolução de crimes e das análises periciais - Foto: Sofia Villela/Ascom IGP-RS

Acolhimento e avaliação psicológica

Por meio de técnicas consolidadas e que respeitam a complexidade de cada caso, os profissionais da perícia psíquica podem extrair elementos importantes do abuso a partir da memória e da avaliação do funcionamento mental da criança ou adolescente. Os psiquiatras e psicólogos do IGP-RS são capazes de avaliar os impactos psíquicos vividos pelas vítimas, analisando seu nexo causal com as circunstâncias que estão sendo investigadas. Desta forma, é possível oferecer ainda mais provas para a autoridade policial, além de permitir melhores estratégias de apoio e recuperação para as vítimas. 

Investimento em tecnologia

Para além das competências técnicas do IGP-RS a fim de reforçar a eficiência na resolução de crimes e das análises periciais, o governo do Estado vem entregando à instituição, nos últimos dois anos, equipamentos modernos, com investimento de mais de R$ 12 milhões.  

Entre os materiais adquiridos, está o RapidHit, mecanismo que realiza a análise de DNA em até 90 minutos. Com ele, a partir de uma única amostra coletada em uma cena de crime ou de material biológico, é possível detalhar o perfil genético de um suspeito de cometer um crime ou de uma vítima de desaparecimento, por exemplo.  

Outra novidade é o ForenScope Contactless Fingerprint. Um equipamento forense com sistema óptico constituído de luzes e espelhos que possibilita o registro de imagens digitais de fragmentos papilares (impressões digitais) detectados em superfícies espelhadas. Com esse recurso, os peritos podem coletar evidências sem a necessidade de se utilizar reveladores físicos e químicos. Foram adquiridas 12 unidades do equipamento, o que representa um investimento de R$ 3,5 milhões.  

Vale destacar também os cromatógrafos. O cromatógrafo gasoso com espectrômetro de massas (CG-MS) consegue separar e identificar os componentes de uma mistura complexa. Já o cromatógrafo HPLC-DAD FNS acoplado é um equipamento de alta tecnologia utilizado para identificar e analisar substâncias químicas em amostras líquidas, como sangue, urina, saliva ou outros líquidos. 

Já os scanners 3D, avaliados em pouco mais de R$ 2 milhões, possibilitam o escaneamento do local do atendimento, usando uma luz tipo laser e criando uma reconstituição em 3D do ambiente. O aparelho pode ser utilizado na preservação da cena do crime em perícias de engenharia e em reproduções simuladas de fatos.

Texto: Letícia Jardim e Leonardo Fister/Ascom SSP
Edição: Secom

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