Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Início do conteúdo

Tempo seco beneficia culturas de verão

Publicação:

Apesar das poucas chuvas registradas no Estado na última semana, de modo geral, a umidade verificada no solo aliada a temperaturas mais amenas, propiciou condições favoráveis à implantação e ao desenvolvimento das culturas de verão. O tempo seco e as temperaturas mais baixas, característica de início da primavera, fizeram com que os agricultores acelerassem a semeadura do feijão, com prioridade às áreas com replantio, especialmente no Médio Alto Uruguai. Conforme o levantamento semanal realizado pela Emater/RS-Ascar, essa fase vinha defasada em virtude das condições adversas nos períodos anteriores, que determinaram prejuízos nas áreas já semeadas. Em decorrência dessa situação, existe um atraso no plantio geral, se comparado com a média histórica do Estado. Nesse momento, as atuais fases da lavoura são; 31% plantadas e 27% em germinação e desenvolvimento vegetativo. Os produtores de milho intensificaram o plantio da cultura, aumentando para 30% a área já semeada em relação aos 23% registrados anteriormente. Outros 27% encontram-se em germinação e desenvolvimento vegetativo. As glebas semeadas vêm germinando de maneira satisfatória com algum retardo devido às baixas temperaturas registradas ainda em algumas regiões. As lavouras já germinadas se desenvolvem normalmente e, aquelas poupadas dos efeitos das geadas, começam a receber as primeiras adubações em cobertura, visando uniformizar o stand das lavouras. Durante a semana, o preço médio da saca de 60 quilos, em nível estadual, teve ligeiro aumento, passando de R$ 13,15 para R$ 13,24 (+0,68%). O mercado local continua retraído pelo lado da oferta, porém sem maiores restrições quanto ao atendimento da demanda devido aos estoques existentes em âmbito nacional. Com a proximidade do período ideal de semeadura, os produtores de arroz finalizam os preparativos para o plantio que deverá iniciar, de forma mais intensa, em poucos dias. Apesar das chuvas ocorridas nos últimos meses ter melhorado de maneira considerável a situação das barragens, em diversas regiões produtoras, ainda continuam com volume acumulado abaixo do desejado. Os primeiros números do levantamento quanto à intenção de plantio, indicam uma forte tendência à redução. Também na soja, os trabalhos de preparo das áreas que antecedem o plantio, começam a se intensificar, com produtores liberando as lavouras que estavam ocupadas com pastagens e outras coberturas verdes. No momento, a procura por recursos é intensa, com os agricultores tentando negociar com agentes financeiros, melhores condições, tendo em vista o alto grau de descapitalização devido às frustrações recentes e a grande desvalorização do produto. Mesmo com esse cenário desfavorável, os primeiros números do levantamento sobre a intenção de plantio mostram uma tendência à estabilidade em relação à área plantada na safra passada, quando foram semeados, segundo o IBGE, 3,87 milhões de hectares. No trigo, a semana com tempo mais seco possibilitou que os produtores avaliassem, com mais precisão, a real situação de suas lavouras após a ocorrência das geadas. As situações encontradas durante vistorias realizadas pelos técnicos são bastante distintas, com lavouras acusando prejuízos de praticamente 100%, enquanto que, em outras, a diminuição dos rendimentos não alcança os 30%. De maneira geral, entretanto, o acompanhamento sobre as condições das lavouras mostra uma tendência de diminuição no rendimento médio estadual, divulgado recentemente (1.347 kg/ha). Atualmente, aproximadamente 10 % começam a entrar em processo de maturação, fazendo com que o produtor avalie a conveniência em executar a colheita, tendo em vista a qualidade do grão obtido. As outras fases encontram-se com 7% em germinação e desenvolvimento vegetativo, 19% em floração e 64% em enchimento de grãos. Hortigranjeiros A semana foi de recuperação das culturas mais atingidas pelo clima, especialmente das geadas. Com dias mais secos e temperaturas típicas da estação permitiram que os produtores acelerassem os trabalhos a campo, e as olerícolas e frutíferas fossem trabalhadas. Muitas culturas foram recuperadas, replantadas e outras implantadas. Em alguns dias, se as condições do clima permitirem, as olerícolas já deverão estar em condições melhores para restabelecer o abastecimento normal das áreas mais prejudicadas. Em relação às frutíferas, muitas espécies ainda poderão se recuperar com novas brotações, mesmo assim, as perdas em todo o Estado foram significativas, e deverão reduzir as produções inicialmente esperadas, especialmente as rosáceas, como pessegueiros e ameixeiras. Algumas espécies com variedades precoces também foram atingidas, como as videiras, caquizeiros e macieiras. Moranguinho As condições do último período estão favorecendo o desenvolvimento da cultura do morango na região da Serra. No município de Farroupilha, maior produtor, cerca de 80% dos produtores, está utilizando o controle de geadas com uso de irrigação por aspersão sobre os túneis que cobrem os canteiros. Em decorrência desta técnica, a variedade Aromas está produzindo continuamente e superando o problema de geadas tardias. A variedade Oso Grande deverá entrar no auge de colheita a partir do mês de outubro. O valor recebido pelos produtores está em R$ 1,50/bandeja de 380 gramas, considerado bom pelos agricultores. Em São Pedro do Sul, região Central do Estado, a Emater/RS-Ascar está viabilizando a aquisição de 145 matrizes de morangos vindas da Urcamp, de Bagé. Numa primeira etapa, elas serão distribuídas a seis agricultores do município, que deverão produzir 40 mil mudas na próxima safra. Bovinocultura de leite A produção de leite em geral no Estado, está em alta, embora a situação de algumas regiões, onde as geadas foram mais intensas, nos dão conta de pequenas reduções no fluxo normal da produção. Os preços neste momento apresentam uma tendência de queda. Contudo, os produtores estão se mostrando dispostos a investir no setor, muito em razão das expectativas da instalação de novas indústrias. Bovinocultura de corte É grande a procura por animais de reposição. Na avaliação dos técnicos isto se deve ao envelhecimento do rebanho nos últimos anos ocasionado pelo desestímulo do setor. A procura de animais para abate também está aquecida, contudo, a oferta de animais nas principais praças de comercialização ainda é pequena. Os preços, conseqüentemente, estão em alta. Neste contexto também cresce o interesse dos produtores pelo sistema de rastreabilidade bovina.
Portal do Estado do Rio Grande do Sul