Boletim de Trabalho destaca queda da desocupação e expansão do emprego formal no RS
Rendimento dos ocupados manteve-se estável, mas desigualdade teve redução em 2025
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O Boletim de Trabalho do Rio Grande do Sul – elaborado pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) – mostra que, no segundo trimestre de 2025, a taxa de participação na força de trabalho ficou em 65,5%, com estabilidade em relação ao mesmo período de 2024. O nível de ocupação também se manteve estável, em 62,7%, o que fez o Estado avançar do nono para o sétimo maior patamar entre as unidades da Federação. A taxa de informalidade permaneceu em 31,1%, uma das quatro menores do país.
A taxa de desocupação caiu para 4,3%, atingindo o menor nível da série histórica e colocando o RS na oitava menor taxa entre os Estados. O contingente de desocupados recuou 25,4% em relação a 2024, com menos 91 mil pessoas. A incidência da desocupação de longo prazo também diminuiu, de 25,4% para 19,3%, alcançando o menor patamar já registrado na série. A taxa combinada de desocupação e subocupação por insuficiência de horas caiu de 9,4% para 7,3%.
O boletim foi elaborado pelos pesquisadores Raul Bastos e Guilherme Xavier Sobrinho, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); e do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Rendimentos e desigualdade
O rendimento médio mensal real habitual dos ocupados no RS foi de R$ 3.794, valor estável na comparação com o ano e o trimestre anteriores. A desigualdade de rendimentos apresentou queda: o coeficiente de Gini passou de 0,4673 para 0,4461, fazendo o Estado subir para a nona menor desigualdade entre as unidades da Federação. A massa de rendimentos foi de R$ 21,8 bilhões, resultado que interrompeu uma sequência de quatro variações positivas consecutivas.
Expansão do emprego formal
Entre julho de 2024 e julho de 2025, foram gerados 94 mil postos de trabalho formais no Estado, o que representou uma expansão de 3,3%, ligeiramente acima da nacional (3,2%). Pela primeira vez desde o início da série do Novo Caged, a variação anualizada do emprego formal gaúcho superou a média brasileira.
Serviços responderam por metade das vagas criadas e tiveram o maior crescimento relativo (3,9%), seguidos por construção (3,3%) e indústria (2,9%). Entre as atividades econômicas, destacaram-se comércio varejista, saúde humana, serviços administrativos, produtos alimentícios, máquinas e equipamentos e produtos do fumo.
O perfil dos postos criados mostrou predominância de mulheres (58,7%), trabalhadores com Ensino Médio completo ou incompleto (82,8%) e jovens de até 24 anos, que responderam por 92,6% das novas vagas. O Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2024, produzido pelo MTE, indica que, embora a distribuição por raça/cor seja próxima à da população em idade de trabalhar, persistem diferenças salariais: nos serviços, pretos recebem em média 70,4% do rendimento dos brancos; no caso dos pardos, a porcentagem é de 76,4%.
Regionalmente, na divisão em nove Regiões Funcionais (RF), a RF9, no Norte, liderou o crescimento, com 5,1%, seguida por Vales (4,4%) e Metropolitana (3,6%).
Quando considerados os 28 Conselho Regional de Desenvolvimento (Coredes), Alto da Serra do Botucaraí apresentou a maior variação do Estado, com 10,4%, impulsionado pela indústria de alimentos e pela construção. A Região Sul registrou o menor desempenho (0,5%), influenciado pela perda de postos em São José do Norte, ligada à fabricação de embarcações.
Nota técnica
Texto: Marcelo Bergter/Ascom SPGG
Edição: Secom