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Comunidade cinematográfica propõe 27 de março como Dia do Cinema Gaúcho

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A primeira exibição pública documentada de um filme de ficção no Rio Grande do Sul é datada de 27 de março de 1909, com a sessão de O Ranchinho do Sertão, de Eduardo Hirtz. Nesta quarta-feira, 27 de março de 2002, a comunidade cinematográfica gaúcha encaminha à Assembléia Legislativa, através do gabinete do deputado Ronaldo Zulke (PT-RS), com apoio da Secretaria de Estado da Cultura, a proposta de criação do Dia do Cinema Gaúcho nesta data. A idéia surgiu de uma pauta para a Revista Vox XXI justamente sobre cinema gaúcho encomendada pelo atual editor, Luís César Cozzatti, ao pesquisador Antônio Jesus Pfeil. Com o apoio de outros críticos e realizadores, chegou-se a um consenso sobre a criação de uma data para atribuir um dia do ano ao cinema feito no RS. Depois de apresentada, a proposta ganhou total apoio do Secretário de Estado da Cultura, Luiz Marques, que articulou junto ao IECINE e com a participação de várias produtoras e diretores um extenso panorama de filmes gaúchos de diferentes épocas, estilos e diretores. Na quarta-feira, a mostra será exibida nas salas da Cinemateca Paulo Amorim e Cine Santander Cultural com ingresso simbólico de R$ 1,00. Entre os títulos destaca-se o fragmento de cinco minutos de Os óculos do vovô (1913), de Francisco Santos, filme de ficção mais antigo que existe recuperado no Brasil e encontrado por Pfeil com a família do realizador. De Eduardo Hirtz será exibido Sociedade Recreio Juvenil, de 1912. Com este ciclo, a diretora do Instituto Estadual de Cinema Angelisa Stein pretende ampliar o conhecimento sobre a importância da história da nossa produção na área ao grande público, não apenas a especialistas e estudiosos. A idéia é que o público em geral entenda que no Estado se faz cinema, não apenas em quantidade, mas também com qualidade. Ela aponta o RS como o terceiro pólo em número de produção cinematográfica, um dado indicativo da organização da área de cinema no Estado e das políticas públicas que vêm sendo desenvolvidas. Para Angelisa, a secretaria apóia a iniciativa, assim como o setor audiovisual, ?porque gera postos de trabalho e resgata a nossa identidade cultural?. Ela acrescenta que ?em todos os países do mundo onde o poder público se retirou da atividade, o cinema passou a não existir mais?. Políticas públicas favorecem o audiovisual O cenário que se instala aqui no Estado não surge por acaso. Para Angelisa Stein o poder público através do Governo do Rio Grande do Sul/Secretaria de Estado da Cultura/IECine garante uma política de incentivos e investimentos na área do audiovisual alicerçado no Complexo de Cinema. O espaço será capaz de trabalhar a produção cinematográfica com estúdios subsidiados, baixando sensivelmente o custo para a realização de filmes além de contemplar a finalização. Recentemente o IECine adquiriu uma mesa de edição não linear, o que fará a diferença no tempo levado para a finalização de um filme, barateando também, os custos na finalização. Além do Complexo de Cinema, a política da Sedac desenvolve outros projetos como o Roda Cine, que forma novas platéias. De acordo com Angelisa, ?não chega a quarenta o número de municípios que têm cinema no interior do Estado?. O RodaCine faz o contraponto a essa realidade recriando o hábito do gaúcho de prestigiar o cinema nacional. Há também um projeto de resgate da memória fílmica do Estado, contemplado com a Cinemateca do Estado, além da criação do catálogo histórico do cinema gaúcho, resultado de, até agora, dois anos de pesquisa. São mais de 550 filmes catalogados, que servirão de base para a Cinemateca do RS, com lançamento previsto para o início do segundo semestre. No ano passado foram desenvolvidas, através do Fundo de Amparo ao Trabalhador, várias oficinas que serão repetidas em 2002. Está sendo proposta, articulada e discutida a criação de um Curso de Especialização de Cinema na Uergs, uma idéia que começa a tomar rumo e vem a complementar o apoio da Sedac na formação, além da produção e exibição, qualificando e empregando novos profissionais. O evento em prol do Dia do Cinema Gaúcho (ciclo de filmes) é uma realização da Cinemateca Paulo Amorim e Cine Santander Cultural com apoio do SIAV/RS, APTC-ABD/RS, revista Vox XXI, Governo do Estado do Rio Grande do Sul, Secretaria de Estado da Cultura/Iecine.
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