Construção das barragens dos arroios Taquarembó e Jaguari é destaque em evento nacional
Secretária Izabel Matte foi palestrante do Damsweek 2025, que ocorre em Porto Alegre
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Duas obras do governo do Estado se encaminham para a conclusão e começam a ganhar mais visibilidade: a construção das barragens dos arroios Jaguari, em São Gabriel, e Taquarembó, em Dom Pedrito. Os benefícios que ambas proporcionarão foram tema da palestra que a secretária de Obras Públicas, Izabel Matte, proferiu na terça-feira (26/8) durante o 35º Seminário Nacional de Grandes Barragens – Damsweek 2025.
O encontro de caráter nacional, que ocorre de 24 a 29 de agosto em Porto Alegre, no Centro de Eventos do Barra Shopping Sul, tem apoio institucional do Estado e reúne especialistas em engenharia de barragens a fim de discutir estratégias com foco na resiliência climática do Rio Grande do Sul. A promoção é do Comitê Brasileiro de Barragens (CBDB).
A fala de Izabel, intitulada "Barragens de Irrigação no Rio Grande do Sul", encerrou a programação do terceiro dia. A secretária começou apresentando os desafios enfrentados. Desde 2009, as obras alternavam períodos de trabalhos com outros paralisados, atrasando a conclusão. Na atual gestão, o processo foi destravado.
As duas estruturas são um dos maiores investimentos do Estado para enfrentar crises climáticas. O investimento total em Jaguari, que está 87% concluída, será de R$ 330 milhões (R$ 213,3 milhões do Estado e R$ 116,7 milhões da União). Taquarembó, que está 58,3% concluída, receberá R$ 251 milhões (R$ 107,6 milhões do Estado e R$ 143,3 milhões da União). A previsão de finalização é, respectivamente, março de 2026 e março de 2027.
Os investimentos fazem parte do Plano Rio Grande, programa de Estado liderado pelo governado Eduardo Leite e criado para proteger a população, reconstruir o Rio Grande do Sul e torná-lo ainda mais forte e resiliente, preparado para o futuro.
Benefícios
Izabel destacou que ambas as barragens terão dupla função: assegurar o abastecimento em períodos de estiagem, viabilizando, por meio do sistema de canais, a irrigação de aproximadamente 117 mil hectares; e regular o nível dos rios nas cheias. Com isso, esse sistema robusto fortalecerá a resiliência climática da região, reduzindo os impactos de eventos extremos e tornando o RS mais preparado para enfrentar crises. Taquarembó garantirá também abastecimento de água para a população.
No total, seis municípios serão beneficiados, em uma região vocacionada para a agricultura e pecuária: Cacequi, Dom Pedrito, Lavras do Sul, Rosário do Sul, Santana do Livramento e São Gabriel, contemplando 235 mil habitantes.
As barragens garantirão mais segurança para as lavouras, reduzindo perdas e ampliando a produtividade. Izabel deu um exemplo: na região da Campanha, uma lavoura de soja em terreno sem irrigação alcança uma produtividade de 25 a 30 sacos por hectare. Se o mesmo terreno contasse com irrigação, os números dobrariam, chegando a ficar entre 60 e 70 sacos por hectare. Considerando que o valor médio do saco é de R$ 125, a irrigação garantiria, apenas em Dom Pedrito, que a receita saltasse de cerca de R$ 600 milhões para R$ 1,2 bilhão por safra.
Texto: Vitor Necchi/Ascom SOP
Edição: Secom