A necessidade de oferta de água para o gado leiteiro foi apontado, pela veterinária da Emater/RS-Ascar de Viamão, Lisiane Feck Ávila, como um dos fatores determinantes para o aumento da produção de leite, durante o Dia de Campo do Projeto RS Biodiversidade. O encontro foi realizado nesta semana na propriedade de Ilza e Erci Nunes de Menezes, na localidade de Beco do Juiz, que recebeu mais de 100 pessoas.

Segundo Lisiane, uma vaca de cerca de 500 quilos e que produz 15 litros de leite/dia deve consumir 100 litros de água/dia. Por isto, o produtor Erci Nunes de Menezes aproveitou os recursos de R$ 7 mil, oriundo do Programa RS Biodiversidade, da Secretaria do Meio Ambiente, para investir na compra de um bebedouro móvel, adubação orgânica, calagem e sementes melhoradoras do solo.

"Nosso avô começou na atividade, depois nosso pai, e agora nós estamos tocando a produção. Começamos tirando leite à mão e tínhamos só sete vacas. Agora temos 20 em lactação, só vacas holandesas, ordenhadeira e seis hectares com pastagens e milho", explicou Nilza, que é filha de Erci Nunes Menezes.

Quem foi ao Dia de Campo, além de receber orientações sobre a disponibilidade de água na propriedade, também conheceu o Projeto RS Biodiversidade, que busca aliar a produção com a preservação ambiental, através do incentivo ao manejo sustentável das criações e dos cultivos e do uso adequado da cerca elétrica. "A cerca elétrica é uma ferramenta que auxilia no manejo adequado da pastagem", salienta o agrônomo da Emater/RS-Ascar Marcos Sander, que destaca também o baixo custo de instalação – cerca de 30% menor do que o da cerca convencional.

Após circularem nas três estações, os participantes ouviram o agrônomo da Emater/RS-Ascar, Ricardo Felicetti, falar sobre a produção de leite à base de pasto e fertilidade do solo. "É preciso fazer a análise do solo para saber quais são as deficiências nutricionais e as correções necessárias, promovendo o incremento adequado na produção de forragem e maior eficiência no sistema de produção”, esclarece Felicetti. Uma dica repassada pelo agrônomo é que cada vaca tenha de 60 a 120 metros quadrados de pastagem de boa qualidade por dia para o pastoreio.

Para Danielle Cazmirczak, da Escola Estadual Técnica de Agricultura (EETA), participar do Dia de Campo foi muito importante porque o evento aliou a teoria com a prática. Conforme Danielle, a atividade serviu para aprimorar o conhecimento aprendido em aula e para mostrar que é possível desenvolver a atividade leiteira em pequena propriedade. A estudante integrou um grupo de 23 alunos do EETA que estiveram no Dia de Campo com Sílvio Silveira, professor de culturas regionais e gado leiteiro.

O Dia de Campo do RS Biodiversidade foi promovido pela Emater/RS-Ascar, Secretaria do Meio Ambiente e a prefeitura. O secretário municipal de Agricultura e Abastecimento, Carlos Remi Pacheco, acompanhou o evento e incentivou os produtores a buscarem, cada vez mais, a produção sustentável.

Texto: Carine Massierer
Edição: Redação Secom