Discurso do governador - Diálogos de Concertação
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Pronunciamento do governador Germano Rigotto no Encontro Diálogos de Concertação Caxias do Sul, 26.06.2003 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem feito, em diversas oportunidades, uma verdadeira profissão de fé no diálogo e na interlocução do governante com a sociedade, como forma de democratizar e aprimorar a tarefa de governar. Desde que assumimos o governo do Rio Grande do Sul, também temos procurado construir caminhos de pacificação das relações políticas para a obtenção de agendas consensuais de desenvolvimento. Este ambiente nacional de parceria tem hoje, aqui na nossa Caxias do Sul, um momento em que a teoria vai à prática, o governo vai ao povo e a população exerce efetivamente a cidadania. É uma oportunidade singular para o Governo Federal, para o Governo Estadual, para as Prefeituras Municipais e especialmente para a comunidade da Serra gaúcha, de encontrar caminhos palpáveis para o tão almejado desenvolvimento sustentável. Dialogar é conversar, é expor idéias, é conviver. Concertação é acordo, pacto, conciliação, união entre duas ou mais pessoas ou entidades para conseguir determinado objetivo. Os Diálogos de Concertação são, portanto, uma necessidade dos governos eficientes e uma exigência da sociedade moderna. Saudamos a disposição do Governo Federal - ministro Tarso Genro - de vir conversar com as gaúchas e com os gaúchos, de possibilitar que todas as camadas sociais possam ser ouvidas e de tratar com tanta deferência os diálogos que estamos construindo no Rio Grande do Sul. O Governo do Estado os recebe com respeito e atenção, e tem certeza que esta postura de interação social só trará bons resultados à nossa população. *** A Região da Serra gaúcha, composta por 34 municípios, com uma população de mais de 740 mil habitantes, tem tido um destacado papel, já há um bom tempo, no estabelecimento de agendas comuns de desenvolvimento. Não é por nada que essa região - ministro Tarso Genro, que o senhor conhece tão bem quanto eu - apresentou na década de 90 uma taxa de crescimento de 2,15% ano, índice bem superior à média estadual de 1,12%. Aqui vive 7,29% da população do Rio Grande e o índice de qualidade de vida tem crescido na maioria dos municípios. Mais de 10% do produto interno bruto do Estado provém destes terras. Nessa região, há uma matriz produtiva diversificada, um espírito empreendedor e um grande potencial produtivo. Seus empreendedores buscam modernizar suas atividades, no campo e na cidade, através de inovações tecnológicas, pesquisas, informação e formação. Nessa região, onde construí minha vida - ministro Roberto Amaral -, há um verde encantador e uma cultura valorosa, cujos frutos o setor turístico tem sabido aproveitar com bastante competência. Temos problemas, é verdade. Mas não acho que devamos oferecer muito tempo a eles em nossos diálogos. Sabemos muito bem identificá-los, e essa não será uma tarefa produtiva se fizermos coro para multiplicar seus efeitos. Importa encontrarmos alternativas, estabelecermos consensos, prosseguirmos na construção do desenvolvimento com sustentabilidade, garantindo a inclusão social e a preservação ambiental. O Governo do Estado está aqui porque quer reafirmar seu compromisso com o diálogo e fazer a sua parte. Sabemos que os investimentos públicos em infra-estrutura, em ciência e tecnologia, na formação de mão de obra, trarão resultados importantes para a região e estamos trabalhando muito para isso. Ontem, o Diário Oficial publicou uma lei que promulgamos, instituindo o Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social - CODES, que será um fórum permanente de debates, proposições e deliberações sobre políticas públicas voltadas ao desenvolvimento econômico e social do estado. É uma demonstração muito clara da opção que fizemos pela construção conjunta de nosso futuro. *** Quando estive com o presidente Lula, há poucos dias, na FENADOCE, disse a ele o que quero repetir aqui aos seus ministros e a todos os presentes: o Rio Grande do Sul acompanha os primeiros passos do Governo Federal com os olhos da esperança e com os braços estendidos da cooperação. A justiça, o diálogo com todos os segmentos sociais, a capacidade de liderar mudanças indispensáveis à construção do Estado brasileiro, são critérios muito caros para nós, e têm sido prática constante na condução do país. O realismo com que as políticas interna e externa estão sendo tratadas, já foi capaz de produzir um efeito extremamente favorável sobre as relações nacionais, acalmando os mercados, ocasionando o declínio da inflação, estimulando investidores externos e fazendo despencar os índices do Risco Brasil. Vejo que agora, senhores ministros, estamos prontos para acelerar o crescimento com passos mais seguros. Queremos aproveitar a oportunidade e reafirmar a convicção que temos de que o país precisa promover as reformas. O Governo Federal está agindo com discernimento e determinação porque sabe que elas são indispensáveis e delas depende o Brasil! Uma ou outra discordância pontual que possamos ter - e muitos de nós as têm - não pode nos afastar dessa convicção quanto à necessidade de mudarmos estruturalmente o país. E o mudaremos para melhor! *** O diálogo sempre foi e sempre será uma ferramenta indispensável para todos os ramos da atividade humana. Ele é intrínseco ao ser humano que, em sua dimensão social, dele precisa para encontrar a plenitude de seus fins existenciais. Vamos fazer deste fórum uma seara em que nossas diferenças estejam sobrepostas aos consensos da agenda social. Winston Churchill disse certa vez: Uma boa conversa deve esgotar o tema, não os seus interlocutores. Pelo bem do Rio Grande, pelo bem do Brasil, esperamos que assim seja. Muito obrigado.