Espaço História, Memória e Verdade do Mercosul é lançado no Memorial do RS
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A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, e o secretário de Estado da Cultura, Assis Brasil, assinaram o protocolo de intenção para criação do Espaço História, Memória e Verdade do Mercosul. O evento ocorreu na noite deste sábado (28), no Memorial do Rio Grande do Sul, dentro da programação do Fórum Social Temático, com a presença do secretário de Direitos Humanos da Argentina, Eduardo Luis Duhalde.
Assis Brasil, que representou o governador Tarso Genro, lembrou a prisão de um amigo no período da ditadura. A memória pode ser nosso cárcere, mas também pode ser nossa libertação. E só trazendo a memória é que nós vamos entender o que nos acontece hoje. O povo brasileiro tem uma espécie de horror ao drama. Para o secretário, as consequências disso podem ser maléficas: Possivelmente esse horror ao drama que fez com que uma geração inteira resolvesse esquecer o que aconteceu durante a ditadura militar. Nós temos que voltar atrás sim, para entender o presente e projetar o futuro.
Maria do Rosário ressaltou os avanços do Brasil e da América Latina na questão dos direitos humanos: Quero agradecer o trabalho conjunto que o governo da presidente Dilma com o governo da presidente Cristina Kirchner tem desenvolvido pelos direitos humanos, pela integração entre os nossos povos, tanto no âmbito da memória, verdade e justiça, quanto na transformação da agenda do Mercosul cada vez mais em uma agenda social e de direitos humanos.
O secretário executivo do Arquivo Nacional da Memória Histórica da Argentina, Carlos Lafforgue, colocou o acervo da instituição à disposição da comunidade do Mercosul, enquanto Eduardo Duhalde falou sobre a importância da história para a democracia: Não é possível construir uma democracia forte com base na impunidade e na mentira.
O teólogo frei Leonardo Boff deu seu depoimento sobre a época da ditadura, falando, entre outras coisas, sobre seu livro: Eu havia escrito um livro proibido, não pelo Vaticano, mas sim pela polícia. Que a nossa democracia ganhe um rosto humano.
Não queremos vingança, queremos a verdade, para reparar essas vítimas. A ditadura atacou não somente militantes políticos, atacou todo um povo, afirmou a ativista uruguaia Lilian Celiberti. Os presentes visitaram também uma exposição sobre o tema no espaço do Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul.
O Espaço História, Memória e Verdade do Mercosul será instalado no andar térreo do Memorial do RS, aberto a visitantes e pesquisadores. Também participaram da cerimônia o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, o presidente da Assembleia Legislativa gaúcha, deputado Adão Villaverde, e o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati.
Texto: Assessoria de Imprensa Sedac
Foto: Divulgação, Sedac
Edição: Redação Secom