Evidências científicas da primeira infância foram tema do VI Seminário Internacional
Publicação:
A primeira infância e seus contextos - algumas evidências científicas foi o tema abordado nesta quarta-feira (25), no VI Seminário Internacional da Primeira Infância, promovido pela Secretaria Estadual da Saúde no Salão de Atos da PUCRS, que reúne mais de mil pessoas.
O pesquisador uruguaio Vitor Guerra explicou que a base da linguagem mãe/bebê são as vogais. Nesta fase, o timbre, o rumor, o tom e ritmo são mais importantes do que o conteúdo ou o sentido das palavras: No cuidado com bebês, as mães experimentam situações de violência porque sacrificam sua temporalidade, situações de domínio e dependência, vulnerabilidade, e o enigma do que quer um bebê. Além disso, passam por momentos violentos do desenvolvimento, como o ritmo de funcionamento do bebê e alimentação, cólicas, transtorno do sono e início da marcha, entre outros, disse Vitor.
O médico gaúcho Danilo Rolim de Moura apontou os fatores de risco para o atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, como a prematuridade, baixa escolaridade da mãe e depressão materna. Como fatores importantes de proteção, citou intervalo mínimo de três anos entre os partos, presença de livros infantis em casa, e o hábito de contar histórias para os pequenos.
O também pesquisador do Instituto Erikson (EUA) Jon Korfmacher falou sobre as intervenções na primeira infância no seu país, por meio de programas como o PIM. Jon explicou que a forma como os visitadores se relacionam com a família é fundamental, pois são a cara do programa. Ele deve se tornar um facilitador e estabelecer uma conexão com as famílias atendidas de forma a ganhar confiança e, assim, poder interferir e atingir seus objetivos.
É preciso haver um equilíbrio entre ciência e arte, ou entre o envolvimento emocional dos visitadores e o trabalho a ser realizado, disse Jon. Relatou situações em que esta conexão foi tão profunda a ponto de o visitador sentir decepção ou raiva de mães adolescentes, que não cuidavam de forma adequada de seus filhos. Nestes casos, os profissionais, muitas vezes, sentiam repulsa e até se recusavam a continuar atendendo estas mães. Como forma de superar questões como estas, citou a ajuda permanente de supervisores, que possam ajudar estes profissionais a refletir sobre sua atuação, para que seja eficaz e realmente contribua em benefício das crianças.
Este evento faz parte do Programa Estruturante Saúde Perto de Você.