Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Início do conteúdo

Fepagro isola vírus de Aujeszky

Publicação:

Pesquisadores da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) isolaram, pela primeira vez no Estado, o vírus causador da doença de Aujeszky em suínos - também conhecida como pseudoraiva ou peste de coçar, que infectou animais nos municípios de Pinheirinho do Vale e Aratiba recentemente. A partir disso, os cientistas devem começar uma análise genética do microorganismo com o objetivo de identificar a sua origem. Estamos trabalhando com força total na recuperação da Fepagro. As pesquisas por ela desenvolvidas são fundamentais para o avanço do setor primário, disse o secretário estadual da Ciência e Tecnologia, Kalil Sehbe. O estudo sobre o isolamento está sendo divulgado no 14º Encontro Nacional de Virologia, que encerra hoje (17) em Florianópolis (SC). A doença de Aujeszky ataca vários tipos de animais, como bovinos e caprinos, mas são os suínos seus hospedeiros naturais. Os principais sintomas são tremores, perda de coordenação motora e o alto índice de aborto das fêmeas. De acordo com o responsável técnico pela equipe do Laboratório de Virologia do Centro de Pesquisas Veterinárias Desidério Finamor, Alexandre Braga, a transmissão se dá pelo contato direto entre o animal enfermo e os animais sadios. Outras formas de contágio acontecem pela ingestão de alimentos e águas contaminados, sêmen durante a monta natural ou inseminação artificial e durante a gestação. Os trabalhos de isolamento do vírus fazem parte das etapas de diagnóstico dos casos de Pinheirinho do Vale, realizados pelo laboratório para a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado (SAA) e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Nossa prioridade são as ações de emergência, ou seja, o processamento das análises, pois a rapidez na confirmação do resultado positivo permite aos órgãos de defesa sanitária agilizar as medida de controle, evitando o alastramento da doença, explica Braga. Atualmente, o Laboratório de Virologia atua no diagnóstico dos casos de Aratiba, recebendo as amostras coletadas pelos técnicos em granjas nas quais há suspeita de infecção, que são verificadas em prova sorológicas mais específicas. As demais amostras - recolhidas em propriedades vizinhas onde os animais não apresentam sintomas visíveis - são encaminhadas a um laboratório de Santa Catarina que faz testes mais simples, chamados de Elisa, que apenas detectam a existência de anticorpo ao vírus. A moléstia é inofensiva para os seres humanos e o consumo da carne não transmite o vírus. Ainda assim, a presença de Aujeszky faz com que os rebanhos saiam dos padrões de sanidade animal exigidas pelos organismos internacionais. Para evitar prejuízos à exportação brasileira de carne suína, o Mapa determinou uma nova norma em junho desse ano que impede os criadores dos municípios onde há o foco da doença de vender seus produtos no mercado internacional por 12 meses.
Portal do Estado do Rio Grande do Sul