Governadora e embaixador brasileiro no Uruguai discutem questões de fronteira
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Questões que facilitem a vida dos moradores nas cidades gaúchas na fronteira com o Uruguai foram abordadas nesta quinta-feira (31) pela governadora Yeda Crusius e o embaixador do Brasil naquele país, José Eduardo Martins Felício. Além de fazer uma visita de cortesia à governadora, Felício disse que gostaria da cooperação do governo do Estado para tentar modificar alguns procedimentos facilitando alguns procedimentos entre os dois países. O embaixador está percorrendo toda a fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai e conhecendo as cidades fronteiriças. “Está faltando apenas Artigas”, disse Felício, acrescentando ter ficado impressionado com as excelentes relações entre as populações – tanto do lado brasileiro, como uruguaio. Mas uma das questões que ele gostaria de resolver é referente ao tratamento de saúde. “Muitas vezes do lado brasileiro não há condições de atendimento nos hospitais e nas cidades uruguaias há como ser resolvido o problema. Entretanto, devido à legislação não é possível os prefeitos brasileiros efetuarem pagamentos para o Uruguai. Mas o problema pode ser resolvido, o que facilitaria muito a vida dos moradores da fronteira”, observou. Outro trâmite que deve ser alterado é a questão do falecimento quando o brasileiro se encontra do lado uruguaio. “Para o corpo ser removido para o Brasil é necessário o mesmo procedimento necessário quando um brasileiro morre nos Estados Unidos ou qualquer outro país da Europa. E isso é um acontecimento relativamente comum, pois as fronteiras do Rio Grande do Sul com o Uruguai são movimentadas, tanto de brasileiros indo para o País vizinho, como o contrário”, destacou o embaixador. Produtos Felício também solicitou à governadora Yeda Crusius e ao secretário do Desenvolvimento Assuntos Internacionais, Nelson Proença, que seja intensificada a integração comercial e industrial com o Uruguai. Segundo o embaixador, os uruguaios se ressentem que os produtos brasileiros entrem no seu país e que aqui haja restrições ao ingresso dos seus produtos, explicou. De acordo com Felício, a questão pode ser resolvida com a ajuda do governo do Rio Grande do Sul. “Afinal”, brincou, “costuma-se dizer que a relação do Uruguai com o Rio Grande do Sul é mais importante do que com o Brasil”. Para o embaixador, brincadeira ou não, o fato é que o Rio Grande do Sul e o Uruguai, por fatores diversos, que vão desde a extensa fronteira e total integração entre seus moradores, “pode ajudar no incremento do intercâmbio comercial com os uruguaios. Para começar um projeto de ampliação das relações comerciais do Estado com o Uruguai, o embaixador convidou a governadora Yeda Crusius para visitar o país nos dias 14 a 16 de agosto, quando representantes do BNDS estarão em Montevidéu. Já a governadora abordou a questão do aqüífero guarani – mais importante reserva de água potável do mundo cuja extensão atinge o Rio Grande do Sul e o Uruguai. “Em breve vamos abrir licitação para o projeto de análise de toda a bacia do Uruguai”, explicou Yeda, “a fim de verificarmos a situação da água, pois temos um cuidado especial com essa questão”. O embaixador informou ainda que nos dias 28 e 29 de junho próximo será realizada reunião em Montevidéu, reunindo representantes do Brasil e Uruguai, inclusive os intendentes e prefeitos das cidades da fronteira entre os dois países. “Questões essenciais como saúde, educação, trabalho, segurança e saúde serão discutidas e trocadas experiências que possam ser úteis para todos”, acrescentou.