Governadora recebe publicação sobre a escravidão no RS
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A governadora Yeda Crusius recebeu, na tarde desta quarta-feira (8), em seu gabinete na Ala Residencial do Palácio Piratini, a publicação Documentos da Escravidão no RS - Compra e Venda de Escravos -, elaborada pelo Arquivo Público Estadual. O livro, que compreende o período de setembro de 1763 a maio de 1888, resgata a conjuntura histórica do escravo no Estado e foi desenvolvido por cerca de 60 técnicos.
O trabalho foi entregue a chefe do Executivo pelo secretário da Administração e dos Recursos Humanos, Elói Guimarães, que esteve acompanhado pela diretora do Arquivo Público, Rosani Feron e pela presidente da Associação dos Amigos do Arquivo Público, Clara Kurtz. A obra beneficiará a comunidade científica pela facilidade de acesso e compilação das informações, explicou Guimarães. Para o titular da pasta de Administração e Recursos Humanos, a publicação é inédita e de extrema importância para a história, por ter sido baseada em documentos do Arquivo Público. O livro aborda a história da escravatura no Rio Grande do Sul em diferentes aspectos, disse.
Obra será entregue ao ex-presidente Fernando Henrique
O trabalho completo, composto por oito volumes, deverá ser entregue ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que buscou no Estado elementos para o seu trabalho de sociologia: Capitalismo e Escravidão no Brasil Meridional. A obra foi escrita em 1962, como tese de doutorado, e tratou de um estudo do sistema escravocrata.
O trabalho trata dos escravos enquanto bem, nos inventários e nos testamentos. Além disso, aborda os escravos na comercialização, compra e venda, e nos crimes seja, como vítima ou réu, salientou a diretora do Arquivo Público. Rosani Feron acrescentou que o Projeto Documentos da Escravidão no Rio Grande do Sul tem por objetivo difundir à temática através da publicação dos catálogos seletivos que tratam de todos os aspectos envolvendo os escravos.
Para a realização deste trabalho, contabilizou a diretora, foram inventariados 542,6 mil registros notariais e 73,2 mil ações judiciais, totalizando 615.860 fontes primárias. Encontra-se já publicado, desde 2006, o catálogo referente às cartas de liberdade, que identificou 18.718 documentos.
Texto Paulo Fontoura