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Governo do Estado apresenta sistema para apuração do Imposto sobre Bens e Serviços para setor da indústria

Receita Estadual debateu sobre a fase de teste do novo imposto, prevista para iniciar em janeiro, dentro da Reforma Tributária

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Foto mostra sala cheia, de pessoas sentadas de costas para a câmera. Elas estão olhando o palestrante que está em pé com microfone na mão. Ele veste um terno cinza claro. Ao fundo, três telões com slide sobre reforma tributária.
Com funcionalidades intuitivas, sistema da Receita Estadual e Procergs mostra aos contribuintes débitos e créditos tributários - Foto: Rodrigo Azevedo/Ascom Sefaz

Prestes a entrar em fase de testes, prevista para janeiro do próximo ano, a transição para o novo modelo da Reforma Tributária do Consumo (RTC) foi tema de debate na quinta-feira (11/12), na Fiergs, em Porto Alegre. Voltado à preparação de representantes da indústria para a etapa de adaptação às novas regras do Imposto sobre Valor Agregado Dual (IVA Dual), o evento contou com palestra do subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira.

Em apresentação ao lado do gerente da reforma na Receita Federal, Marcos Flores, Neves reforçou a necessidade de as empresas acelerarem as adaptações internas ao novo ecossistema tributário, que deve alterar uma série de procedimentos tributários e impactar em todas as áreas do negócio, incluindo a precificação de produtos e serviços.

“A RTC não tem volta, não vamos alterar a Constituição. É fundamental que as empresas se preparem para o novo modelo, planejando mudanças contratuais, revisões de preços e ajustes operacionais. Caso isso não seja feito, empresas que trabalham com margens reduzidas podem enfrentar dificuldades. É preciso atenção especial a pontos críticos da adaptação, como a mudança para o CNPJ alfanumérico”, alertou Neves, que citou pesquisa da consultoria PWC apontando que apenas 30% das empresas consultadas estão preparadas para a transição.

Neves ainda lembrou que, em outra frente, as empresas devem calcular o impacto financeiro do fim dos benefícios fiscais previsto na reforma. A projeção será usada como referência para a futura repartição da compensação, que será realizada com recursos do Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais. A extinção dos incentivos é considerada um dos principais avanços da reforma, por representar fim da guerra fiscal entre Estados e estimular uma alocação mais racional dos investimentos, levando em conta aspectos logísticos e econômicos – e não tributários.

Cooperação entre entes federados

Apesar dos desafios enfrentados pelas administrações tributárias para viabilizar o novo sistema, o subsecretário do fisco gaúcho exaltou a oportunidade de construir uma administração tributária nacional forte, integrada e em rede, sem perda de autonomia dos Estados e municípios. “A integração e a cooperação entre os entes federados são o foco da nossa atuação no âmbito do Comitê Gestor. O novo órgão terá um desafio imenso, mas será responsável por construir uma administração tributária alinhada, conectada e mais eficiente”, afirmou.

Neves também alertou para a urgência da aprovação do Projeto de Lei Complementar 108/2024, que aguarda apreciação da Câmara dos Deputados para entrada em vigor. A proposta regulamenta diversos pontos operacionais do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e institui um comitê gestor. O texto é considerado fundamental para que a fase de testes seja implementada conforme o calendário previsto.

Sistema de apuração do IBS

Durante o evento, Neves apresentou a versão atual do novo sistema de apuração do IBS, que vem sendo desenvolvido pela Receita Estadual gaúcha e pela Procergs, em parceria com representantes de outros Estados. O módulo, que ficará hospedado no ambiente do comitê gestor do IBS, está em fase final de construção e já recebe as informações declaradas nos campos do imposto nos documentos fiscais emitidos pelos contribuintes. Com funcionalidades intuitivas e de fácil operação, o sistema mostrará para os contribuintes os débitos e créditos tributários acumulados, além do saldo a ser pago.

O projeto piloto do módulo de apuração do IBS deve entrar em operação no início de janeiro com a participação de cerca de 300 empresas que já estão declarando informações do IBS em documentos fiscais. No segundo trimestre, o número de empresas participantes deve ser ampliado. O RS deve ficar responsável pela validação dos documentos fiscais do IBS de todo o país. Estima-se o processamento de mais de 70 bilhões de transações por ano. A primeira etapa prevê a aplicação de uma alíquota de teste, sem cobrança efetiva, de 0,1% do IBS. O novo modelo passa a valer integralmente a partir de 2033.

Texto: Rodrigo Azevedo/Ascom Sefaz
Edição: Secom

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