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Governo do Estado investe R$ 4 milhões em ações sustentáveis para comunidades indígenas no RS

Projetos incluem agroflorestas, meliponicultura e preservação ambiental em territórios Guarani e Kaingang

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A imagem mostra um grupo de pessoas reunidas em círculo ao ar livre, em uma área gramada e cercada por árvores. Algumas estão sentadas em cadeiras simples, outras em bancos de madeira. Ao fundo, há pequenas construções de madeira e uma paisagem de morros e vegetação densa. O encontro ocorre sob a sombra das árvores, com participantes conversando ou anotando informações. O ambiente remete a uma reunião comunitária em contexto rural ou indígena, em meio à natureza.
Aldeia Campo Molhado, em Maquiné, durante a construção do plano de vida para a aldeia - Foto: Divulgação/ONG Aepim

O governo do Estado, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e do Departamento de Biodiversidade, promove uma série de ações voltadas às comunidades indígenas do Rio Grande do Sul, com foco especial no povo Guarani. O objetivo é fortalecer a conservação da diversidade biológica e incentivar práticas sustentáveis nos territórios indígenas.

Já foram destinados, desde o início da gestão do governador Eduardo Leite, mais de R$9,7 milhões em projetos que beneficiam comunidades indígenas. Somente em 2025, o investimento atingiu o valor histórico de R$ 4 milhões de reais, por meio de Reposição Florestal Obrigatória (RFO).

Entre as iniciativas realizadas, destacam-se projetos de restauração ecológica com agroflorestas em Cachoeira do Sul e Camaquã; reflorestamento e viveirismo comunitário no Litoral Norte; implantação de sistemas agroflorestais e meliponicultura em Caraá, Barra do Ouro, Riozinho, Canguçu, Caçapava do Sul e Aceguá; e ações que integram biodiversidade e o modo de vida Guarani na Região Metropolitana.

“Entendemos que fortalecer os territórios indígenas e suas comunidades traz benefícios diretos para a conservação e proteção ambiental. Ainda que a execução dessas ações não seja uma obrigação direta da Sema, reconhecemos que elas são fundamentais para manter a integridade dos ecossistemas, promover a restauração da vegetação nativa e garantir a permanência de modos de vida que há séculos convivem de forma equilibrada com a natureza”, destaca a diretora de Biodiversidade da Sema, Cátia Viviane Gonçalves.

Fortalecimento da biodiversidade e juventude indígena

Atualmente, estão em fase de execução o fortalecimento da diversidade biológica e do desenvolvimento comunitário no bioma Pampa em aldeias de Cachoeira do Sul e Caçapava do Sul; o projeto Florestas do Amanhã, que envolve a juventude Guarani na gestão ambiental e recuperação de matas nativas em aldeias de Torres, Osório, Campo Molhado, Varzinha, Riozinho, Canguçu, Terra de Areia, Maquiné e Guaíba; e atividades de reposição florestal em aldeias Mbyá Guarani no Centro-Sul, como Tekoa Y’ygua Porã (Fonte Sagrada) e Tekoa Tenondé (Esperança).

A imagem mostra um grupo de pessoas trabalhando em um mutirão de plantio em área aberta, com solo escurecido e vegetação baixa. Várias delas utilizam enxadas ou cavadores para abrir covas, enquanto outras colocam mudas na terra. Entre os participantes há jovens e adultos, distribuídos pelo terreno em diferentes tarefas. Ao fundo, vê-se uma densa área de mata com árvores altas. A cena retrata uma atividade coletiva de recuperação ambiental ou agroflorestal.
Aldeia Varzinha, em Caará, durante o mutirão agroflorestal - Foto: Divulgação/ONG Aepim

“Essa iniciativa tem se consolidado como a principal fonte de recursos para a recuperação de áreas degradadas, promoção da biodiversidade e fortalecimento de práticas agroflorestais coletivas em territórios indígenas no Estado. Ela também está em sintonia com a Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental em Terras Indígenas (PNGATI) e se articula com os Planos Nacionais e Territoriais de Conservação de Espécies Ameaçadas, como o Plano de Ação Nacional para Conservação das Lagoas do Sul e o Plano de Ação Territorial no Rio Grande do Sul”, comentou a bióloga e representante da Sema no Conselho Estadual dos Povos Indígenas, Joana Bassi.

As agroflorestas são sistemas produtivos que combinam o cultivo de árvores com plantas agrícolas e, muitas vezes, com criação de animais. Essa integração é similar ao funcionamento dos ecossistemas naturais, favorecendo maior diversidade biológica, recuperação de áreas degradadas e produção de alimentos, além de renda de forma sustentável. Para as comunidades indígenas, as agroflorestas também representam uma forma de manter viva a relação ancestral com a terra, respeitando os ciclos naturais e os saberes tradicionais.

Outras atividades ajudam a preservar e movimentar a economia de comunidades indígenas pelo Estado - como o viveirismo comunitário, em que ocorre a produção de mudas de árvores nativas e plantas de interesse cultural e ecológico, que são utilizadas em projetos de reflorestamento e recuperação ambiental - e o apoio às roças tradicionais, como o cultivo de milho, mandioca, feijão e outras espécies plantadas de forma coletiva e rotativa. Essas roças mantêm viva a cultura alimentar indígena e reforçam a autonomia das comunidades.

Até o momento, as ações lideradas pela Sema já beneficiaram 20 aldeias e cerca de 1,3 mil pessoas, abrangendo 108,8 hectares em processo de recuperação. Para 2026, além das ações em andamento, mais três projetos serão implementados, com valor de R$ 6 milhões. 

Compensação ambiental 

A RFO é uma medida legal para compensação ambiental pela supressão ou manejo de vegetação nativa. A cada árvore suprimida, o empreendedor precisa compensar as perdas com valores equivalentes a outras 15 mudas.

Conforme a Instrução Normativa Sema 001/2018, essa compensação pode ser convertida em projetos ambientais e os empreendedores – que exerçam atividades que caracterizem utilidade pública - podem selecionar qual iniciativa irá receber os recursos.

Compete à Sema, por meio do Departamento de Biodiversidade, receber as propostas, proceder à análise técnica e divulgar informações sobre os projetos aprovados e disponíveis para receber apoio com recursos de RFO. 

Texto: Alisson Santos/Ascom Sema
Edição: Secom

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