Governo Leite promove terceiro Encontro Estadual de Educação Antirracista e reforça compromisso com equidade e diversidade no RS
Primeiro dia do evento reuniu estudantes, educadores e lideranças para debater desafios da promoção do tema na educação pública
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O governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação (Seduc), deu início, na quinta-feira (27/11), à terceira edição do Encontro Estadual de Educação Antirracista, no Instituto Caldeira, em Porto Alegre. O evento contou com apoio da Fundação Itaú, Itaú Social, Instituto Unibanco e União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).
A secretária da Educação, Raquel Teixeira, reforçou o compromisso do Estado com a superação das desigualdades raciais na educação. “Quando analisei os dados do RIo Grande do Sul, vi que existia uma grande distância de aprendizagem entre estudantes brancos e negros aqui no Estado. Por isso, nosso programa nasceu para enfrentar essa desigualdade e mostrar que o Rio Grande do Sul é diverso e potente. Ao incluir estudantes indígenas e quilombolas, afirmamos que acreditamos na educação, na ciência, na juventude e na diversidade. Este é um programa que honra e celebra quem somos como sociedade”, enfatizou.
A secretária também destacou ações históricas promovidas pela Seduc nos últimos anos, como a inauguração do busto do poeta e ativista Oliveira Silveira, a nova biblioteca da Escola Cândido José de Godói, e o futuro Centro Afrocientista, que funcionará na Escola Francisco de Assis.
Arte e legado
A programação intensa uniu arte, reflexão e reconhecimento do trabalho realizado nos territórios. Conduzido pelos estudantes Denise Scheeffer, da escola Padre Réus (Porto Alegre), Kevin Leal e Rafaela Cunha, da Escola Tolentino Maia (Viamão), e por Lúcio da Rosa Filho, do Colégio Caldas Júnior (Porto Alegre), o encontro abriu com a força ancestral do Grupo de Dança Fág Tãn, do Instituto Estadual de Educação Indígena Ângelo Manhká Miguel, da Terra Indígena Inhacorá. A apresentação emocionou o público e reforçou o papel central dos povos originários na construção de uma educação plural, inclusiva e enraizada na diversidade cultural do Rio Grande do Sul.
O painel “Fios condutores: Movimento negro educador afrogaúcho” resgatou o legado do movimento negro educador no Estado, abordando a construção histórica de resistências, a produção intelectual ao longo das décadas e as bases que sustentam a educação antirracista na atualidade. Após o painel, lideranças da Seduc apresentaram as entregas realizadas desde 2022 no âmbito da política de equidade racial.
A secretária adjunta Stefanie Skereski abriu o momento destacando o caráter histórico do encontro. “Nos últimos encontros, nós falávamos de promessas e construções em andamento. Este ano é diferente: estamos apresentando resultados concretos, respeitando o legado de 40 anos de luta e mostrando que a pauta da equidade foi assumida como intencionalidade de gestão. Todos os estudantes têm o mesmo direito e o mesmo potencial. Nosso papel é garantir que isso se traduza em oportunidades reais dentro das escolas”, destacou.
Ações afirmativas
O subsecretário de Desenvolvimento da Educação, Marcelo Jerônimo de Araújo, apresentou ações estruturantes do governo do Estado na área, incluindo Escolas Criativas, as premissas das Matrizes de Referência 2025, a expansão do Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI), práticas de educação antirracista nas escolas, o busto e a biblioteca Oliveira Silveira, o Edital Dra. Petronilha, a cartilha de autodeclaração, os questionários contextuais, iniciativas de formação continuada, o fortalecimento da pauta da equidade e o projeto de vida vinculado às relações étnico-raciais.
A diretora técnica da Superintendência da Educação Profissional, Alyne Jobim, destacou os avanços no monitoramento de egressos e na consolidação das políticas de ações afirmativas. O coordenador da Assessoria de Integridade, Guilherme Corte, apresentou o código de conduta antirracista e o protocolo de combate à violência racial, desenvolvidos para orientar práticas de prevenção e enfrentamento ao racismo institucional em toda a rede.
A subsecretária de Governança e Gestão, Nery Barcellos, ressaltou as ações de equidade e as formações voltadas a orientadores educacionais e agentes administrativos. Já o coordenador do Centro de Educação Baseado em Evidências, Guilherme Simionato, abordou o desenvolvimento do painel de monitoramento de dados, o diagnóstico étnico-racial da rede e estratégias para reduzir a não declaração racial dos estudantes.
Além deles, os coordenadores regionais Luiz Carlos (6ª CRE), José Luiz (8ª CRE) e Shyrlei Maciel (28ª CRE) apresentaram práticas locais e experiências territoriais que fortalecem a implementação das políticas antirracistas na ponta.
Desafios e caminhos para avançar na equidade
O painel “Os desafios da equidade educacional” trouxe reflexões sobre políticas públicas, interseccionalidade, racismo institucional, governança baseada em dados e a necessidade de ações integradas entre Estado, sociedade e comunidade escolar. Já a roda de conversa “Avanços e Desafios das Duas Escolas de Referência Antirracistas - Modelo do RS” apresentou experiências de educadores, agentes administrativos e estudantes sobre reorganização curricular, fortalecimento da identidade escolar, protagonismo estudantil, redes de cuidado, enfrentamento de situações de racismo e a transformação da cultura escolar por meio da escuta, da formação continuada e do trabalho coletivo.
O encontro continua na sexta-feira (28/11) com painéis sobre gestão, ciência e equidade racial, juventudes em movimento, boas práticas docentes e a entrega da Menção Honrosa do Edital Dra. Petronilha.
- Estado divulga finalistas do Prêmio Dra. Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva que destaca iniciativas contra o racismo na escola
Texto: Ascom Seduc
Edição: Secom