O governador em exercício, Antonio Hohlfeldt, afirmou, hoje (8), que o Governo do Estado, por meio de investigações da Polícia Civil, vai apurar quem foram os responsáveis pela invasão e depredação do laboratório da Aracruz Celulose, na madrugada desta quarta-feira, em Barra do Ribeiro, e responsabilizar os autores. De acordo com Hohlfeldt, estão em poder da Polícia Civil e da Brigada Militar (BM) fitas de vídeo e fotos da invasão e algumas placas dos cerca de 40 ônibus que transportaram os invasores. O inquérito responsabilizará diretamente quem promoveu essa invasão, essa bandidagem. Vamos chegar a quem provocou e responsabilizar os autores, afimou Hohlfeldt. O governador em exercício declarou que áreas com ameaça de invasão já estão com policiamento reforçado e que será apurado também por que a Polícia Rodoviária Federal, responsável pela segurança na rodovia por onde passaram os ônibus com os invasores, não comunicou o fato à BM. Desde ontem até a manhã de hoje, houve tentativas de invasão de uma loja do Carrefour, do McDonald´s e do campus da PUCRS, em Porto Alegre, e da casa principal da Fazenda Coqueiro. Não vamos tolerar essas invasões orquestradas. Em relação à Fazenda Coqueiro, Hohlfeldt reiterou que a decisão judicial será cumprida e que a fazenda será desocupada: Nunca deixamos de cumprir uma decisão judicial neste Estado. O comandante-geral da BM, coronel José Aírton da Costa, afirmou que a população de todo o Estado pode ficar tranqüila, porque a Brigada tem efetivo suficiente para impedir a repetição de ações desse tipo. Neste momento, há ações de provocação, para criar um fato e gerar confronto também em função do evento que está ocorrendo, afirmou Costa, referindo-se à Conferência Internacional de Reforma Agrária e Desenvolvimento Social, que está sendo realizada na Capital. Setor madeireiro Depois da reunião com representantes do setor da Segurança e da Procuradoria-Geral do Estado, Hohlfeldt e o secretário de Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais, Luis Roberto Ponte, reuniram-se com representantes de toda a cadeia produtiva do setor madeireiro, para debater a invasão da Aracruz Celulose e garantir que o fato não vai virar rotina. Deixamos claro que isso vai contra tudo que a opinião pública defende e que um fato isolado como esse não pode pôr a perder todo o esforço feito pelo Governo do Estado para atrair investimentos, afirmou Ponte. O gerente regional da Aracruz Celulose, Renato Afonso Rostirolla, afirmou que o ato foi uma agressão muito violenta: Até então, afirmavam que as invasões eram em áreas não-produtivas, mas agora invadiram um laboratório. De acordo com Rostirolla, o prejuízo material, apenas do laboratório, foi de mais de US$ 400 mil, comprometendo um trabalho de pesquisa de 20 anos, com a destruição de 1 milhão de mudas, e fazendo com que 150 hectares deixem de ser plantados. Rostirolla declarou que espera que a ação não prejudique o Rio Grande do Sul na competição para receber o novo investimento florestal da Aracruz, estimado em US$ 1,2 bilhão. O deputado Berfran Rosado, da Frente Parlamentar em Defesa do Florestamento, trouxe uma mensagem da Assembléia Legislativa de apoio às ações anunciadas pelo Governo do Estado em relação à invasão: Foi fundamental o Estado ter reagido com ações enérgicas demonstrado vontade de enfrentar a questão.