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John Cassavetes ganha ciclo na Cinemateca Paulo Amorim

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Cinco filmes do cineasta norte-americano John Nicholas Cassavetes (1929 — 1989) formam o novo ciclo da Cinemateca Paulo Amorim (térreo da Casa de Cultura Mario Quintana - Andradas, 736)). A mostra O Cinema de John Cassavetes começa nesta sexta-feira (14), e vai apresentar um novo título a cada semana. Os títulos selecionados são obras raras, com pouca exibição nos cinemas brasileiros. O destaque é Sombras, de 1959, o filme de estréia do diretor. Completam a programação os títulos Uma Mulher sob Influência, Faces, Noite de Estréia e a Morte de um Bookmaker Chinês. Filho de imigrantes gregos, John Cassavetes nasceu em Nova Iorque e sempre trabalhou como ator e cineasta. Entrou para a história do cinema como o primeiro diretor a se aventurar em uma produção independente, criando um estilo próprio e quase artesanal de trabalho. Isso incluía orçamento reduzido, produção modesta e a mesma equipe de técnicos e atores, normalmente formada por amigos do cineasta. Sombras foi seu filme de estréia e surgiu depois de um seminário de teatro, quando Cassavetes teve a idéia de fazer um filme com os próprios alunos improvisando. Ele conseguiu dinheiro com amigos e familiares, mas nenhuma companhia quis distribuir o filme nos Estados Unidos. A resposta positiva veio do Festival de Veneza, onde Sombras ganhou o prêmio da crítica. Depois disso, Cassavetes fez algumas produções para Hollywood (A Canção da Esperança, de 1961, e Minha Esperança É Você, em 1963), mas optou por seguir sua carreira como um realizador independente. Paralelamente, Cassavetes atuou em filmes como Os 12 Condenados (1967), pelo qual recebeu a indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante, e O Bebê de Rosemary (1968). Outro aspecto importante na carreira de John Cassavetes foi seu casamento com a atriz Gene Rowlands. A comunhão rendeu dez filmes e é considerada perfeita, já que ele tinha interesse em romper limites e ela não tinha medo de cruzá-los. Uma Mulher Sob Influência (1974) – considerado uma das obras-primas do diretor, o filme tem Gene Rowlands no papel de uma dona-de-casa problemática da classe média-baixa norte-americana. Ela recebeu uma indicação ao Oscar de melhor atriz, enquanto Cassavetes foi indicado ao prêmio de melhor diretor. (Exibição a partir do dia 14). Sombras (1960) – Com trilha sonora improvisada e assinada pelo jazzista Charles Mingus, o filme acompanha a história de três irmãos mulatos que convivem com amores e preconceitos. Leila é morena-clara e se apaixona por um branco. Mas quando ele conhece os irmãos dela, bem mais escuros, o relacionamento começa a ruir. O filme antecipa o estilo de Cassavetes, baseado na improvisação e no realismo. (Exibição a partir do dia 21). Faces (1968) – segundo filme independente de Cassavetes, a produção já conta com a atriz Gene Rowlands no elenco. Adaptado de uma peça teatral do próprio cineasta, Faces relata a lenta desintegração de um casamento e recebeu três indicações ao Oscar - roteiro original, ator coadjuvante (para Seymour Cassel) e atriz coadjuvante (para Lynn Carlin). (Exibição a partir do dia 28). Noite de Estréia (1977) - Gene Rowlands, John Cassavetes e Ben Gazzara atuam no filme, que gira em torno de uma atriz festejada que entra em crise depois de ver a morte de uma fã. Enquanto ela ensaia sua nova peça, começa a ser consumida pelo tema da obra: o envelhecimento. (Exibição a partir de 5 de outubro). A Morte de um Bookmaker Chinês (1976) – o ator Ben Gazzara é o protagonista, o dono de um clube de striptease em Los Angeles. Como não tem dinheiro para pagar uma dívida de jogo, a máfia exige que ele mate um apostador chinês. O filme é considerado uma das produções mais modestas do diretor, quase doméstica. (Exibição a partir de 12 de outubro).
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