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Leite destaca protagonismo do Rio Grande do Sul em agenda global de resiliência na COP30

Governador apresentou as experiências do Estado na construção de políticas baseadas em ciência, dados e cooperação multinível

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A imagem mostra o governador Eduardo Leite falando ao microfone. Ao lado dele, há outras quatro pessoas sentadas, compondo uma mesa-redonda. Ao fundo, há um painel com uma apresentação.
O governador reforçou que as enchentes levaram o RS a inovar, criando estruturas permanentes de gestão e monitoramento - Foto: Mauricio Tonetto/Secom

O governador Eduardo Leite representou o Rio Grande do Sul em sua primeira agenda oficial dentro da programação da 30ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), realizada em Belém (PA), na manhã desta terça-feira (11/11). Leite foi um dos debatedores da mesa-redonda de alto nível “Mutirão for Science and Research in Cities for Actionable Policies – Ministerial Meeting on Urbanization and Climate Change”, promovida pela ONU-Habitat e parceiros internacionais. A secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, e o secretário da Reconstrução Gaúcha, Pedro Capeluppi, acompanharam a agenda.

O governador apresentou as experiências do Estado no segundo painel, intitulado “Conectando geração de dados, informações e conhecimento a realidades em múltiplos níveis”, moderado pelo codiretor-gerente do Pacto Global de Prefeitos para o Clima e Energia (GCoM), Andy Deacon. O governador destacou o protagonismo do Rio Grande do Sul na resposta aos impactos das mudanças climáticas e na construção de uma agenda estruturante de reconstrução e adaptação, ancorada no Plano Rio Grande. Liderado pelo governador, o Plano é o programa de Estado criado para proteger a população, reconstruir o Rio Grande do Sul e torná-lo ainda mais forte e resiliente, preparado para o futuro. 

O programa consolida as bases para uma transição verde, inclusiva e resiliente, articulando ciência, dados e políticas públicas. Essa estratégia está alinhada aos princípios do SRCities (Relatório Especial do IPCC sobre Cidades e Mudança do Clima), que propõe fortalecer a conexão entre produção científica e decisões de governo.

A imagem mostra sete pessoas sentadas em um auditório, com painéis com apresentações ao fundo.
Em sua primeira agenda oficial dentro da programação da COP30, Leite foi um dos debatedores em mesa ministerial da ONU - Foto: Mauricio Tonetto/Secom

“No ano passado enfrentamos a pior catástrofe climática da história do país. A partir desse cenário, criamos nosso plano de reconstrução, o Plano Rio Grande, que reúne não apenas as ações, mas também a governança necessária para garantir que elas se sustentem ao longo do tempo”, afirmou Leite.

O governador ressaltou que a reconstrução exige uma resiliência política equivalente à climática, destacando que o desafio é manter as ações de longo prazo em um ambiente federativo com alternância de governos. “É preciso ter consciência de que as políticas de adaptação demoram a se consolidar. Por isso, criamos mecanismos permanentes de governança, com um conselho da sociedade civil composto por quase 200 lideranças de diferentes setores, empresariais, agrícolas, acadêmicos e de organizações sociais, que acompanham e cobram a continuidade das ações”, explicou.

Reconstrução fundamentada na ciência

Leite também destacou o papel da ciência e dos dados na reconstrução do Estado. O governador reforçou que a tragédia meteorológica de 2024 levou o Estado a inovar institucionalmente, criando estruturas permanentes de gestão e monitoramento, como o Conselho e o Comitê Científico do Plano Rio Grande. O Rio Grande do Sul foi reconhecido por sua capacidade de articular respostas rápidas e integradas à crise climática, alinhando o enfrentamento de desastres à construção de um novo modelo de desenvolvimento, baseado em sustentabilidade, equidade e inovação

“Criamos uma comissão científica com mais de 40 especialistas independentes, vindos das universidades, que analisam e sugerem ajustes nas ações do governo. Eles têm autonomia para solicitar informações e propor mudanças, o que garante que todas as decisões estejam baseadas em evidências técnicas”, destacou.

O governador detalhou ainda que o Estado está contratando levantamentos topográficos e batimétricos, instalando novas estações hidrometeorológicas e radares, e ampliando o monitoramento ambiental com base em evidências. “Tudo o que estamos implementando é acompanhado pelo nosso comitê científico, porque acreditamos que as decisões precisam ser guiadas pela melhor informação disponível”, afirmou.

Fortalecimento da ação local na agenda climática

Ao abordar o papel dos municípios, Leite explicou que o governo estadual também estabeleceu contrapartidas para fortalecer a ação local na agenda climática. “Temos quase 500 municípios no Rio Grande do Sul. Para que as prefeituras possam receber recursos para obras de infraestrutura, como pavimentação, exigimos que criem conselhos municipais de ação climática. Dessa forma, fortalecemos a rede de governança e a integração dos dados locais ao plano estadual”, explicou.

“O Rio Grande do Sul se tornou um verdadeiro laboratório vivo de adaptação e resiliência. A experiência que estamos desenvolvendo pode oferecer muitas contribuições à agenda global sobre adaptação climática e reconstrução resiliente”, concluiu Leite.

Ao lado do governador, também participaram do painel Ingrid-Gabriela Hoven (GIZ), Xola Pakiti (Salga, África do Sul), Edeltraud Guenther (Universidade das Nações Unidas) e Liliana Miranda (Foro de Ciudades para la Vida e autora-líder do IPCC SR27). O encerramento foi conduzido pelo governador do Pará, Helder Barbalho.

O primeiro painel da mesa redonda, “Dados, informações e conhecimento sobre mudanças climáticas e cidades: o Estado atual”, tratou dos desafios enfrentados por governos nacionais e locais para integrar evidências científicas e dados urbanos à formulação de políticas públicas, com destaque para as lacunas de informação nas cidades do sul global e a importância da cooperação internacional para superá-las.

Texto: Carlos Ismael Moreira/Secom
Edição: Secom

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