Parque eólico de Osório começa a gerar energia, em caráter experimental, entre o final de março e o início de abril
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O parque eólico de Osório começará a produzir energia, em caráter experimental, entre o final de março e início de abril. A informação foi dada, extra-oficialmente, pelo diretor-geral da Enerfim Enervento, sócia majoritária da empresa Ventos do Sul S.A., o espanhol Guillermo Planas Roca, ao subsecretário estadual de Energia, Minas e Comunicações, Francisco Brandão, na visita de hoje (18) da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, ao canteiro de obras do empreendimento. Roca explicou a Brandão que quatro aerogeradores, com potência instalada de 8 MW, devem começar a gerar energia no final do próximo mês. A produção total de energia, com 150 MW de potência, suficiente para abastecer metade da população de Porto Alegre, entrará em operação comercial até o final do ano. Roca informou que até o final de março, no máximo até o início de abril, a subestação interna que está em construção dentro do canteiro de obras será concluída, assim como as linhas de transmissão até a subestação da CEEE, que fica do outro lado da freeway, no sentido Litoral-Porto Alegre, permitindo a conexão da energia gerada pelos ventos ao Sistema Interligado Nacional (SIN). O presidente Luís Inácio Lula da Silva e o governador Germano Rigotto serão convidados a apertar o botão do start, anunciou o empresário espanhol. A paisagem do litoral gaúcho começou a tomar novos contornos a partir desta sexta-feira (17), com a conclusão da montagem do primeiro cata-vento do parque eólico de Osório, que será o maior da América Latina e o 6º maior do mundo. Com 140 metros de altura (conjunto formado pela torre de concreto e o cata-vento, com pás de 37 metros de raio) e 810 toneladas de peso, o aerogerador modelo E-70, de 2 MW, da alemã Wöbben, é o mais eficiente na captação dos ventos. Este aeregerador é o mais eficiente na captação de ventos que existe no mundo e foi montado pela primeira vez aqui no Rio Grande do Sul, destacou Brandão. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, ficou impressionada com o gigantismo da obra e ressaltou a importância da diversificação da matriz energética brasileira. Dentre os principais benefícios deste parque eólico, o principal é a produção de energia limpa, que não agride o meio ambiente, disse. Ao todo serão construídas 75 torres, duas a cada semana, segundo o presidente da Ventos do Sul, Telmo Magadan. A energia gerada pelos ventos de Osório, a partir do final do ano, será suficiente para suprir todo o Litoral gaúcho, fora da temporada de veraneio, e de abastecer cerca de 650 mil pessoas. O investimento total no projeto da empresa Ventos do Sul (consórcio entre a espanhola Enerfin, do grupo Elecnor, a gaúcha CIP Brasil e a alemã Wöbben) é de R$ 670 milhões, sendo 69% financiado pelo BNDES. As instituições financeiras gaúchas também participaram do financiamento: o BRDE com R$ 70 milhões, a CaixaRS com R$ 30 milhões e o Banrisul com R$ 20 milhões. Dilma Roussef salientou a parceria entre os governos federal e estadual, que viabilizou o investimento privado de um grupo espanhol e de outro alemão, associados a uma empresa brasileira. É prioridade do governo federal incentivar o desenvolvimento de fontes renováveis de energia, declarou. Brandão enfatizou ainda a geração de empregos no Estado. Esta é a maior obra em construção no Rio Grande do Sul, com 650 trabalhadores, frisou. Outros 250 vagas foram criadas em Gravataí, onde os módulos de concreto são montados antes de irem a Osório, e mais 400 postos de trabalho foram abertos em Sorocaba (SP), que produz os aerogeradores. No total, são 1,3 mil empregos diretos e 1,5 mil indiretos gerados com o parque eólico de Osório. Participação Como secretária de Minas e Energia, no governo Olívio Dutra, Dilma Rousseff foi responsável pela medição dos ventos da região, com a realização do Atlas Eólico do RS. À frente do Ministério de Minas e Energia, ela atendeu um pedido do secretário Valdir Andres e reformulou a implantação do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), originado no governo Fernando Henrique Cardoso, definindo uma cota de 20% ao Estado para implantação de projetos eólicos. Assim, dos 1.100 MW disponibilizados para energia eólica no Proinfa, 220 MW ficaram reservados ao Estado - sendo 150 MW para o parque eólico de Osório. A ministra Dilma sempre foi nossa parceira nos pleitos gaúchos, lembra Andres. O secretário avalia que o empreendimento terá uma importância estratégica para o Rio Grande do Sul, porque funcionará como fonte complementar ao sistema de abastecimento de energia elétrica no Estado. A fase dos ventos coincide com o período de seca no Estado e, desse modo, a energia eólica permitirá poupar água dos reservatórios das hidrelétricas no período em que eles têm o volume de água reduzido.