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Presídios gaúchos terão mais 550 vagas de trabalho

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O desempenho dos detentos gaúchos entusiasmou a empresa de material esportivo São Paulo Alpargatas, tanto que foram criadas mais 550 vagas. A assinatura do novo Protocolo de Ação Conjunta (PAC) acontecerá na primeira semana de maio com a presença do governador do Estado, Germano Rigotto. O maior PAC do Estado, assinado entre a empresa e a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), em 19 de agosto do ano passado, para a produção de bolas de futebol, começou com 650 vagas. Destas, atualmente, 300 estão ocupadas, e a produção foi de 14 mil bolas, em cinco meses (de dezembro a abril). O total representa, hoje, 10% de toda produção da empresa. O número de vagas ocupadas está ligado a capacidade de aprendizagem do detento. Muitos prisioneiros ainda estão sendo treinados, para posteriormente começarem a trabalhar na produção das bolas. Em média, um preso leva três meses para ser preparado para costurar as bolas. Das 550 vagas novas, 300 serão destinadas à Penitenciária Industrial de Caxias do Sul; 100 para o Presídio Estadual de Carazinho; 100 para o Presídio Regional de Santo Ângelo e 50 Albergue Estadual de Santo Ângelo. Apesar de não ter sido oficializado, o segundo projeto - das 550 vagas - já está em andamento desde oito de abril deste ano. Cento e oitenta presos já começaram o aprendizado para a produção das bolas de couro. Os apenados recebem por produção (R$ 1,84 por bola costurada) e têm reduzido um dia de sua pena para cada três trabalhados. No RS, mais de 9 mil presos têm ocupação, de uma população carcerária de pouco mais de 20 mil. Desde janeiro do ano passado, houve um aumento de, pelo menos, 60% no número de PACs. O secretário da Justiça e da Segurança, José Otávio Germano, salientou à época que o preso pode estar cerceado de sua liberdade, mas não de sua dignidade. José Otávio afirmou que era um dia muito importante para o RS, já que o Estado pode contar com uma empresa reconhecida nacionalmente. Os servidores da Segurança Pública estão satisfeitos porque não estamos trazendo aventureiros, mas uma empresa de grande porte, que irá beneficiar 650 famílias, salientou. José Otávio disse que a São Paulo Alpargatas é um exemplo para que outras empresas invistam no trabalho prisional, obtendo vantagens econômicas e ajudando a sociedade a ressocializar detentos. O superintendente da Susepe, Djalma Gautério, considerou que é um momento histórico na vida da Susepe. Na medida em que se propicia ao preso desenvolver um trabalho e ter uma renda, nós estamos não só mantendo o ambiente prisional calmo mas valorizando o homem, disse. É preciso que nos preocupemos em proporcionar ao detento, e depois quando ele estiver em liberdade, condições para que, com o seu trabalho, mantenha uma vida honesta, destacou Gautério. O representante da São Paulo Alpargatas Antonin Bartos Filho disse que esta iniciativa faz parte de um projeto-piloto, que poderá ser ampliado, caso haja bons resultados. O principal não é a questão econômica, mas sim o caráter social do protocolo, afirmou.
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