O diretor-gerente do Banco Mundial, Juan Jose Daboub, o segundo na hierarquia do Bird, afirmou, nesta segunda-feira (31), em Washington, que a primeira parte do empréstimo ao Governo do Estado poderá ser liberada até 12 de junho. A informação foi dada à governadora Yeda Crusius no final da manhã, na sede da instituição, onde prosseguem durante esta tarde as reuniões entre a governadora e os dirigentes do banco com vistas ao financiamento de US$ 1 bilhão para reestruturação da dívida pública do Estado. Daboub, que elogiou a atuação do governo estadual na busca do ajuste fiscal e da modernização da gestão pública, afirmou que o Banco Mundial seguirá como parceiro do Rio Grande do Sul no processo de equilíbrio financeiro para o desenvolvimento. “Essa reunião foi muito importante. Em primeiro lugar porque tive a oportunidade de conhecer a senhora governadora, que está realizando uma série de reformas muito importantes no Rio Grande do Sul. Essas reformas terão êxito por sua liderança e pela cooperação que se está recebendo do Governo Federal”, afirmou o diretor. “Acreditamos firmemente que as ações tomadas pela governadora e sua equipe estão na direção correta e produzirão em um período razoável de tempo os resultados que, estou seguro, os cidadãos esperam”, avaliou Daboub, que não descartou a possibilidade de parte do financiamento ser liberado ainda no mês de maio. Confiança Para a governadora Yeda Crusius, que participa das reuniões acompanhada do secretário da Fazenda, Aod Cunha, o encontro da manhã com o diretor-gerente da instituição foi uma oportunidade de renovar a confiança entre o banco, o governo e a população do Rio Grande do Sul. “Foi um encontro importantíssimo, tanto para o Banco quanto para nós, pois com a apresentação dos resultados que nós já tivemos no nosso programa de crescimento com ajuste nas finanças do Estado, eles têm a segurança de que nós estamos determinados a fazer com que esse empréstimo resulte em investimentos e serviços para a população, com prioridade para segurança, educação e saúde. O governo federal está nos apoiando para o que a gente está buscando aqui no Banco seja um modelo de ajustamento das finanças com crescimento e desenvolvimento sustentado, destacou Yeda Crusius. Ajustes As reuniões desta segunda-feira marcam a fase de ajustes no contrato entre o Governo do Estado e Banco Mundial, permitindo aos seus diretores e vice-presidentes aprofundar os conhecimentos sobre o projeto do Rio Grande do Sul. Os encontros significam ainda a primeira visita da governadora à sede da instituição, em Washington, depois de o Rio Grande do Sul ter recebido 11 missões oficiais do banco desde o início das negociações, há cerca um ano. A operação permitirá pagar contratos da dívida com a União cujos encargos sejam maiores do que os do Banco Mundial. Os recursos serão devolvidos ao longo de 30 anos, sem prazo de carência. Além dos avais do Banco Mundial, da Assembléia Legislativa, do governo federal, do Banco Central e do Senado Federal, a operação depende também de uma série de compromissos do Estado com o ajuste fiscal e a modernização da gestão pública, definidos como a contrapartida ao financiamento. Esforço Para o Banco Mundial, muitos dos resultados que o Estado apresentou no ano de 2007 já são considerados parte desse esforço, como a constituição das reservas financeiras para a previdência a partir da operação do Banrisul, o superávit primário de R$ 954 milhões (o maior da série desde 1971), a apresentação do projeto das OSCIPS e os esforço de contenção de gastos e de aumento de arrecadação com ações de combate à sonegação e de fiscalização. O secretário da Fazenda destaca que essa será a maior operação da instituição com um Estado em todo o mundo.