Safra de trigo neste ano é 89,89% maior que a anterior
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Com o encerramento da safra de trigo no Rio Grande do Sul o Acompanhamento sobre a Situação das Culturas, realizado pela Emater/RS-Ascar, aponta para um aumento na produção de 89,89% em relação à safra anterior (817 mil toneladas). A projeção é que o Estado colha 1,552 milhão de toneladas com uma produtividade média de 1.932 quilos por hectare. “O potencial produtivo das lavouras poderia ser bem maior se, nos meses de setembro e outubro, não houvesse ocorrido excesso de umidade. Os números apontavam para uma produtividade média superior aos 2.200 quilos por hectare” avaliou o diretor técnico da Emater/RS, Paulo Silva. Para os técnicos da Emater/RS-Ascar, mais que a produção, o clima prejudicou a qualidade final do produto, fato que vem afetando, em alguns casos, a comercialização da atual safra. O trigo colhido na região das Missões é um dos mais afetados, segundo análises de laboratórios encarregados de certificar a qualidade do produto com vista à panificação. Mas, de maneira geral, o trigo colhido nessa safra vem apresentando PH dentro dos padrões exigidos, entre 76 e 78, com poucas cargas ficando abaixo disso. O levantamento levou em consideração as informações de 236 municípios, que perfazem 88% da área cultivada nesta safra. As poucas chuvas registradas, em algumas regiões, vêm afetando culturas como o arroz e o feijão. Os produtores de arroz têm aproveitado o tempo seco para incrementar as adubações em cobertura e monitorar eventuais pragas e moléstias. As lavouras apresentam bom stand e o perfilhamento das plantas é intenso e vigoroso com a excelente insolação verificada no período. Apenas a temperatura, um pouco baixa pela parte da manhã, tem preocupado o produtor, uma vez que, em poucos dias, as primeiras lavouras deverão entrar em floração, fase sensível à baixa temperatura. Na semana em que se encerrou o plantio da 1ª safra de feijão no Estado, a colheita já atinge os 15%, com negócios facilitados e em alta. Em algumas regiões, já há informações de déficit de água no solo para o bom desenvolvimento das lavouras, mesmo que ainda de forma pontual. Nesse momento, as fases da cultura são de 11% em germinação e desenvolvimento vegetativo, 29% em floração, 31% em enchimento de grãos, 14% maduros e prontos para serem colhidos e 15% já colhidos. Algumas lavouras de milho já estão sendo retiradas para a elaboração de silagem, destinada à alimentação do gado leiteiro. Essa situação é mais visível no Noroeste Colonial e nas Missões, regiões onde tradicionalmente a colheita tem inicio primeiro. Nessas, também é comum o pequeno produtor repetir a área, uma vez que o período recomendado, dependendo da localidade, vai até meados de janeiro. No Estado, a colheita de grãos propriamente dita começa com mais intensidade entre fins de janeiro e início de fevereiro. Esse ano também se confirma uma tendência verificada nas últimas safras, em que o produtor procura plantar cada vez mais cedo (com o uso de variedades precoces) para fugir das constantes estiagens de verão. A soja alcança nessa semana 95% da área já semeada. Apesar das chuvas ocorridas nas regiões produtoras da parte Norte do Estado terem sido fracas e esparsas, serviram para repor parte da umidade necessária a uma boa germinação. O mesmo não ocorreu nas lavouras localizadas mais ao Sul, onde a umidade nos últimos dias tem sido bastante deficiente. Nessas áreas também o controle de pragas, em especial lagartas, tem requerido mais atenção por parte do produtor. A oleaginosa está ainda com 90% dos grãos em desenvolvimento vegetativo. Os pomares de ameixeiras cultivados na região da Serra estão muito bem desenvolvidos e entrando em colheita com ótimas perspectivas de qualidade e rendimento. As variedades precoces América e Matley estão em colheita, mostrando plantas excelentes e apresentando frutos com ótima qualidade. Os preços ao produtor estão entre R$ 1,50/kg e R$ 2,50/kg. Já a colheita da uva, variedade Vênus, está encerrada nos locais mais quente da região Serrana. Inicia-se a colheita das variedades Niágaras, com remuneração inicial de R$ 1,80 o quilo, direto na propriedade. Segundo a pesquisa de preços realizada pela Emater/RS-Ascar o preço médio do boi gordo continua fixado em R$ 2,38 o quilo. O mesmo comportamento do mercado da vaca gorda, com o preço mantendo-se estável, na faixa dos R$ 2,18. Ambos os valores foram pagos para os animais em condições de abate por quilo vivo para pagamento com prazos de 20 ou 30 dias. De forma geral, o estado corporal e sanitário do rebanho no Estado segue satisfatório. O preço do suíno tipo carne segue em ascendência. O levantamento de preços pagos ao produtor, realizado pela Emater/RS-Ascar, detectou um aumento na ordem de 1,29% no preço médio praticado no mercado estadual. O preço médio do produto passou de R$ 2,33 para R$ 2,36 o quilo vivo. A variação nos preços vai de um mínimo de R$ 2,00 a um máximo de R$ 2,75, remuneração condicionada às características da carcaça. Em alguns municípios da Campanha, já passa de 80% o percentual do rebanho de ovinos já tosquiado. O clima está favorecendo também o estado sanitário e corporal do rebanho na região da Campanha, já que a escassez de umidade, sabidamente, em certo grau, favorece a espécie ovina. Obs.: As informações na íntegra do Informativo Conjuntural, elaborado pela Emater/RS-Ascar, estão disponíveis no site da Instituição www.emater.tche.br, no link Informativo.