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Sexta Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres define três propostas e elege 91 delegadas para a etapa nacional

Próximo encontro ocorre em Brasília, entre 29 de setembro e 1º de outubro

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Fotografia de um auditório cheio durante a 6ª Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres – Miguelina Vecchio. No palco, há uma mesa composta por diversas mulheres, atrás da qual está um grande telão com a identidade visual do evento. À esquerda, uma mulher fala no púlpito, enquanto fotógrafos registram o momento. À direita, há uma intérprete de Libras. A plateia, formada majoritariamente por mulheres, ocupa todas as cadeiras disponíveis. O ambiente está iluminado com luzes em tons de roxo e vermelho.
A conferência reuniu 440 delegadas municipais eleitas em 54 cidades gaúchas - Foto: Giovanni Disegna/Ascom SJCDH

O governo do Estado, por meio do Departamento de Políticas para as Mulheres da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH) e do Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres (CEDM), com apoio do Fórum Estadual de Mulheres do Rio Grande do Sul realizaram a 6ª edição da Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres Miguelina Vecchio. O evento ocorreu entre sexta-feira (12/9) e domingo (14), no Hotel Ritter, em Porto Alegre. 

A conferência teve como tema "Mais Democracia, Mais Igualdade, Mais Conquistas para Todas", e reuniu 440 delegadas municipais eleitas em 54 cidades gaúchas, e cerca de 100 participantes observadoras. Ao longo da conferência, os debates foram divididos entre sete eixos temáticos, sobre trabalho; combate à violência contra a mulher; saúde sexual e reprodutiva; participação política; direito à moradia; interseccionalidade e igualdade; além de educação, ciência e tecnologia. 

Ao final, das 102 vagas anunciadas previamente, foram eleitas 91 delegadas para a etapa nacional. Além disso, três propostas, que estão sendo sistematizadas, foram escolhidas como contribuição do Rio Grande do Sul para a 5ª Conferência Nacional, que ocorre em Brasília, entre os dias 29 de setembro e 1º de outubro. A última edição da conferência estadual foi em 2015, visando à 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, convocada para 2016. 

Fotografia de um grupo de mulheres em pé atrás de uma mesa no palco da 6ª Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres – Miguelina Vecchio. Todas aplaudem, e à frente da mesa estão expostas diversas bandeiras e faixas de movimentos sociais e coletivos feministas, como União Brasileira de Mulheres (UBM), Marcha Mundial das Mulheres, Coletivo Feminino Plural, Rede Nacional de Mulheres Negras e Rede Sul de Garantia dos Direitos de Mulheres e Meninas. Um arranjo de flores coloridas enfeita a parte central do palco. Ao fundo, um telão exibe a identidade visual oficial do evento.
Nos últimos anos, governo intensificou o enfrentamento ao feminicídio e implementou políticas públicas voltadas às mulheres - Foto: Giovanni Disegna/Ascom SJCDH

Autoridades destacam importância da 6ª Conferência

A cerimônia de abertura contou com a presença da secretária de Relações Institucionais, Paula Mascarenhas, representando o governador Eduardo Leite. Para Paula, a conferência é um espaço para ouvir demandas e encontrar novos caminhos. "O governo estadual teve a coragem de buscar soluções para uma crise que atingia todos os gaúchos e as gaúchas, especialmente os mais vulneráveis. Através do diálogo com todas as forças políticas, conseguiu colocar o Rio Grande do Sul de novo no caminho do desenvolvimento, do investimento, podendo agora recriar a Secretaria da Mulher", frisou a secretária Mascarenhas. 

Quem também esteve presente foi ministra das Mulheres, Márcia Lopes, que destacou a importância histórica da conferência, com delegadas que representam as mulheres do Estado, que constituem cerca de 51% da população. "A conferência é um espaço democrático que conquistamos com a Constituição Federal. Nós queremos que as mulheres ocupem cada vez mais espaços, que estejam em todos os lugares em que a sociedade constrói cidadania", enfatizou a ministra.

A diretora do Departamento de Políticas para as Mulheres, Carina Bernardi, destacou a importância da sociedade civil para a realização da 6ª Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres. "Foram meses de trabalho intenso, e com a força da união entre mulheres, que têm um objetivo comum e essencial, superamos os desafios e chegamos até aqui", comentou Carina. "A conferência foi um espaço de construção coletiva, de escuta atenta e de reconhecimento das nossas diferenças como força. Todas tiveram voz, cada realidade foi trazida como legítima e necessária. E juntas mostramos que a participação democrática é a base da transformação social que buscamos."

Durante a mesa de abertura, estiveram presentes diversas autoridades, como a presidente do Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres, Fabiane Dutra; a coordenadora da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Taís Culau de Barros; a promotora de Justiça do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Ivana Battaglin; a defensora Pública do Núcleo de Defesa da Mulher, Paula Granetto; a deputada federal Fernanda Melchionna; a deputada estadual e Procuradora Especial da Mulher da Assembleia Legislativa, Bruna Rodrigues; a Conselheira Nacional dos Direitos da Mulher, Sandra Laules; e Kizzy Vecchio, assistente social e filha de Miguelina Vecchio, homenageada da conferência.

Compromisso do governo com a pauta

O governo do Estado realizou nos últimos anos diversas ações de combate aos feminicídios e de desenvolvimento de políticas públicas em prol das mulheres. As principais ações:

  • Criação da Secretaria da Mulher

Anunciada pelo governador Eduardo Leite no fim de junho, a criação da Secretaria da Mulher foi aprovada pela Assembleia Legislativa dia 26 de agosto. A nova pasta terá como principais atribuições coordenar e integrar políticas públicas voltadas para a proteção, inclusão e valorização das mulheres, atuando na prevenção e no combate à violência de gênero, além de promover a autonomia econômica feminina.

  • Ações de segurança

Somente em 2025, o governo do Estado, por meio de diversas secretarias, destina quase R$ 200 milhões para ações exclusivas ou prioritariamente voltadas às mulheres, em áreas como saúde, educação, desenvolvimento profissional e segurança.

  • Polícia Civil

Em abril, foi lançada a Medida Protetiva de Urgência (MPU) on-line, que possibilita às vítimas registrarem ocorrência e solicitarem proteção pelo celular ou computador. Desde o lançamento, já foram contabilizadas 3.008 MPUs.

Novas Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams) foram criadas, com ampliação do efetivo. Também foram implantados terminais de autoatendimento e melhorias na triagem, reduzindo o tempo médio de espera. Foram inauguradas mais Salas das Margaridas, espaços destinados ao suporte de mulheres vítimas de violência.

  • Brigada Militar

Desde 2012, as Patrulhas Maria da Penha fiscalizam o cumprimento das MPUs e acompanham a situação das mulheres atendidas. De janeiro a julho de 2025, a Brigada incluiu 19.020 vítimas no programa, realizou 40.753 visitas, promoveu 291 palestras preventivas e efetuou 134 prisões por descumprimento de medidas protetivas.

  • Secretaria de Segurança Pública

Foi implantado o Programa de Monitoramento do Agressor, que acompanha em tempo real a movimentação de agressores e vítimas, evitando aproximações indevidas. A ação é uma parceria do comitê EmFrente, Mulher, do RS Seguro, com a SSP. O agressor utiliza tornozeleira eletrônica, enquanto a vítima recebe um smartphone com aplicativo de alerta e rastreamento. Atualmente, o sistema contabiliza 498 monitorados e 485 vítimas conectadas.

Em maio, foi firmado um termo de cooperação com a Secretaria da Saúde para facilitar o acesso a informações e dar celeridade aos atendimentos em unidades de saúde.

  • Programas e políticas de enfrentamento

Entre as principais iniciativas do Estado, estão:

- Programa SER Mulher, com investimento superior a R$ 20 milhões anuais;
- monitoramento eletrônico de agressores, pioneiro no país, que reduziu em 21,6% os feminicídios em 2023 e em mais 15% em 2024, uma iniciativa do comitê EmFrente, Mulher;
- expansão das Patrulhas Maria da Penha, hoje presentes em 114 municípios;
- capacitação profissional para mulheres em situação de vulnerabilidade;
- ampliação dos Centros de Referência da Mulher;
- atuação do Comitê EmFrente, Mulher, criado em 2020, com o objetivo de fortalecer a rede de apoio às mulheres em situação de violência e promover uma mudança cultural de valorização da mulher na sociedade.

Centro de Referência da Mulher

O Centro de Referência da Mulher Vânia Araújo Machado (CRM-VAM-RS), com nova sede inaugurada em março de 2024 em Porto Alegre, atende vítimas de violência doméstica e de gênero, oferecendo acolhimento, escuta, orientação e encaminhamento. A equipe técnica é formada por psicólogas e assistentes sociais, com atendimento presencial e remoto pelo canal Escuta Lilás (0800).

Saúde e proteção

Somente em 2024, os investimentos em saúde destinados às mulheres superaram R$ 245 milhões, com foco em exames preventivos, maternidades e na rede materno-infantil.

Na segurança pública, a Polícia Civil mantém 23 Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams) e 91 Salas das Margaridas. O Monitoramento Eletrônico do Agressor já acompanha cerca de 400 indivíduos, garantindo maior proteção às vítimas.

Educação e prevenção

O tema da prevenção à violência contra a mulher foi incorporado às Matrizes de Referência da Rede Estadual em 2025. Assim, assegura que a questão seja trabalhada de forma transversal na formação dos estudantes. 

Entre as ações educativas, destaca-se a Semana Maria da Penha nas Escolas, com pesquisas e projetos de estudantes. A iniciativa é uma parceria do comitê EmFrente, Mulher com a Secretaria da Educação.

Como denunciar casos de violência contra a mulher

A população pode ajudar a prevenir crimes e as vítimas podem se proteger por meio dos seguintes canais:

  • Registro de ocorrência online:
    Delegacia de Polícia Online da Mulher
    WhatsApp: (51) 98444-0606
    Disque 180 (ligação gratuita, em todo o Brasil)
  • Contatos do CRM Vânia Araújo Machado (CRM-VAM-RS):
    Escuta Lilás: 0800 541 0803
    Endereço: Rua Miguel Tostes, 823, Bairro Rio Branco, Porto Alegre
    Atendimento: das 8h30 às 18h, de segunda a sexta-feira
    E-mail: crm@justica.rs.gov.br
    WhatsApp: (51) 98151-5249

Texto: William Boessio/Ascom SJCDH
Edição: Secom

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