Sistema de irrigação impulsiona produção e devolve fins de semana à família Boller
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O sistema de irrigação implantado na propriedade da família Bolller, localizada na Linha 8 do interior de Gaurama, estimulou a produção familiar em um ano e meio de uso. Apoiado pelo Governo do Estado, Emater/RS-Ascar e prefeitura municipal, o sistema transformou a vida de Gilmar e Sandra Boller. O motivo ela mesma explica. "Agora é só ligar a bomba e já está molhando", afirmou a agricultora.
Se hoje é possível economizar o tempo de trabalho na lavoura, o passado não foi tão bondoso. Gilmar, que sucedeu os pais na mesma propriedade, diz que a dependência do tempo complicava a família. "A gente plantava bem pouquinho para conseguir molhar tudo, pois não tinha como. E, mesmo assim, nós perdíamos muitas mudas, porque não dava conta de molhar", relembra, ao admitir também que a relação com São Pedro nunca foi um mar de rosas.
Hoje, a facilidade de mão de obra a partir da instalação das bombas de irrigação é tida como o principal ganho para os agricultores, pais de dois filhos pequenos e da jovem Priscila, acadêmica de agronomia da UFRGS. "Antes não existia sábado e nem domingo. E, como aumentou a produção, sobrou mais para gente, para o nosso consumo. E também tem o crescimento financeiro. Produzimos mais e temos mais lucro", explica Sandra.
No formato de irrigação por aspersão, utilizado pelos agricultores nas lavouras a céu aberto, são lançados jatos de água ao ar que caem sobre a cultura na forma de chuva. Nas duas estufas da propriedade, utiliza-se o sistema de gotejamento. Somente em Gaurama, o programa Irrigando a Agricultura Familiar, desenvolvido pela SDR, já beneficiou sete famílias, em um montante de R$ 45.546,00 investidos. Em números totais, englobando os demais programas, a secretaria já investiu R$ 834.343,50 no município para benefício de 1.636 famílias.
Produtividade vasta
Variedade de culturas é o que não falta na propriedade. Fornecedores da rede de supermercados Caitá, com filiais em Erechim (RS), Joaçaba (SC) e Concórdia (SC), os agricultores admitem que o carro-chefe da produção é o brócolis, mas não para por aí. Alface, repolho, tempero verde, couve-flor, beterraba, couve-chinesa, chicória e tomate completam a lista, que ainda deve crescer.
"Nós ainda queremos trabalhar com o plantio de mandioca e batatinha, até porque participamos da feira que tem aqui no município, então queremos fazer mais umas duas estufas para iniciar esse projeto", conta Sandra. Somente em alface, a família tem fornecido, em média, 500 pés ao supermercado por semana.
A relação com o meio ambiente é pautada pelo respeito. Segundo Gilmar, o objetivo é sempre preservar a natureza. "Até lugares que poderíamos mexer, não fizemos. Respeitamos tudo. O que vem de passarinho aqui a gente não mata, nem caçamos! Deixamos viverem", conta.
A curto prazo, a família estabeleceu a meta de construir mais estufas. A longo, quem sabe um viveiro para cultivo de flores, um sonho de Priscila. E mesmo que apareçam os passarinhos para roubar-lhes a felicidade, eles não tirarão o irrigado sorriso do rosto dos Boller.
Texto: Eduardo Caspary
Edição: Redação Secom