Workshop debate produção e exportação de frutas
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A produção, o comércio e a exportação de frutas foram tema do workshop promovido, na manhã desta sexta-feira (1º), pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), pela Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Rio Grande do Sul (Senar RS), pela Emater RS-Ascar e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O secretário da Seapi, Ernani Polo, contou que a ideia surgiu durante missão à Espanha, no mês passado, com o objetivo de prospectar novos mercados para a fruticultura do RS. “Estimular a produção é importante e necessário, mas precisamos focar também na colocação do produto. Este encontro foi programado para que tivéssemos representantes de todas as entidades envolvidas, de maneira que as informações compartilhadas possam ser disseminadas por toda a cadeia produtiva”, destacou.
O presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Luiz Roberto Barcelos, abordou o potencial da exportação de frutas de mesa, um assunto que conhece bem. Barcelos é o maior exportador de frutas do Brasil e o maior produtor de melão do mundo, com mais de 10 mil hectares cultivados no Nordeste, empregando mais de nove mil colaboradores.
Para Barcelos, exportar é fundamental para garantir a diversificação da carteira de clientes em novos mercados. “A exportação diversifica o mercado consumidor e deixa seu negócio menos dependente das oscilações da economia doméstica. Assim, temos alternativas em tempos de crise, e, com a adequação a procedimentos e exigências de outros países, também temos ganhos no mercado interno”, detalhou.
O Brasil é o terceiro produtor mundial de frutas, mas exporta apenas 2,5% do que produz. A maioria da produção vai para a União Europeia e as principais frutas brasileiras exportadas são manga, melão, castanhas-do-pará e de caju, limões e limas, uva, mamão, melancia, banana, maçã, laranja e abacate.
De acordo com Barcelos, a fruticultura é uma cadeia muito espalhada e diversa, o que motivou a criação da Abrafrutas. “A fruticultura sofre com a desorganização e a falta de representatividade em Brasília. Sentimos que precisávamos organizá-la para nos fazermos ouvir”, contou.
Números da Ceasa RS
O diretor técnico operacional da Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa RS), Ailton Machado, apresentou dados sobre a comercialização de frutas. Segundo ele, o órgão comercializa de 40% a 45% de todas as frutas e legumes do estado. “A Ceasa RS é composta por cerca de quatro mil produtores e 300 empresas e, nos dias mais movimentados, recebe um fluxo de 15 mil veículos e 40 mil pessoas no complexo de abastecimento”, contou. As principais frutas comercializadas são banana, melancia, maçã, laranja, mamão, abacaxi, tangerina, manga, limão, pêssego, morango, pêra, abacate e ameixa.
Fruticultura no RS
O engenheiro agrônomo Antonio Conte, coordenador de Fruticultura da Emater RS, falou sobre o panorama no RS. São 133.459 hectares cultivados por quase 50 mil agricultores, com produção de cerca de 2,8 milhões de toneladas por ano. As principais culturas são uva, bergamota, laranja, maçã, banana, melancia, morango e pêssego. “Destaco também duas novas cadeias produtivas, que vêm se organizando e conquistando espaço, apesar de pouco tempo de produção: oliveiras e noz-pecã”, listou.
Manejo fitossanitário
O pesquisador Marcos Botton, da Embrapa Uva e Vinho, falou sobre manejo fitossanitário e sua importância para produção e exportação de frutas. Ele explicou que, para conquistar o mercado externo, é preciso estar atento às especificidades de cada país, e que as principais barreiras comerciais à exportação são resíduos de defensivos agrícolas e pragas.
“A sanidade de um pomar começa com o material propagativo, com as mudas”, alertou. Botton acredita que é preciso definir o que é prioritário para a fruticultura gaúcha em termos de mercado externo, para concentrar esforços no estímulo à produção e integrar todos os participantes da cadeia produtiva.
Estiveram presentes ao workshop o superintendente federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Bernardo Todeschini; o representante do Mapa para Assuntos Internacionais, Evaldo da Silva Júnior; o diretor administrativo da Farsul, Francisco Lineu Schardong; o diretor técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae RS), Airton Pinto Ramos; o superintendente do Senar RS, Gilmar Tietbohl; e o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, Mauro Celso Zanus.
Texto: Elaine Pinto/Ascom Seapi
Edição: Sílvia Lago/Secom