Empresas chinesas se mobilizam e enviam doações para ajudar pessoas afetadas pelas enchentes
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Atualizado às 10h13 de terça-feira (21/5). O valor dos materiais doados pela CPFL Energia é de R$ 3 milhões e não de R$ 15,3 milhões, como havia sido informado pela empresa.
A cerimônia de doação das empresas chinesas ao Rio Grande do Sul foi realizada nesta sexta-feira (17/5) com a participação do governo do Estado, do Consulado-Geral da China e da Associação Brasileira de Empresas Chinesas (Abec). Durante todo o ato, que ocorreu de forma híbrida, os chineses que estavam na sede brasileira do Banco da China, em São Paulo, manifestaram solidariedade e reafirmaram confiança na recuperação do povo gaúcho.
O vice-governador Gabriel Souza agradeceu o apoio da China e da comunidade chinesa no Brasil, reforçando que o Estado estima a acolhida do gigante asiático, um dos principais parceiros comerciais do RS. “A nossa relação com a China tem sido de importante parceria comercial e diálogo para ampliarmos ainda mais os negócios que favoreçam o nosso Estado e o país. Agora, fortalecemos esta cooperação com a solidariedade da comunidade chinesa, que nos apoia neste momento tão desafiador", salientou.
O presidente da Associação Brasileira de Empresas Chinesas, Abec, Zhang Guanghua, deu um breve relato sobre a organização da atividade. "Toda a comunidade empresarial chinesa está preocupada e estamos sentindo essa dor em nossa pele", ressaltou. Guanghua explicou que a embaixada e os consulados do país asiático deram a orientação para que as empresas associadas ajudam a mitigar a situação difícil do RS. "Até 16 de maio, mais de 20 empresas contribuíram, gerando um valor de quase R$ 7 milhões entre materiais e doações financeiras", enfatizou. O dirigente reforçou que itens como roupas, alimentos, materiais de primeira necessidade, tendas e equipamentos elétricos também foram arrecadados.
Guanghua lembrou que em 2024 completa 50 anos do estabelecimento das relações diplomáticas entre Brasil e China. "A comunidade chinesa no país vem crescendo e trazendo resultados frutíferos nesta terra promissora que é o Brasil. Nós estamos dispostos a retribuir a hospitalidade do povo brasileiro", completou.
"As empresas chinesas que estão no Estado sabem da complexidade do que estamos vivendo. Destacamos a importância de seguir com esse apoio institucional do governo da China e dos empresários do país. Teremos um grande desafio na reconstrução das áreas atingidas, em especial nas questões de moradia e infraestrutura", disse o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo.
Participaram da reunião o secretário da Casa Civil, Artur Lemos, o diretor do Departamento de Promoção Comercial e Assuntos Internacionais (DPCI) da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Evaldo da Silva Junior, o diretor-adjunto do DPCI, Sebastian Watenberg e a coordenadora de Relações Consulares e Diplomáticas, Astrid Schünemann, além de representantes da Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec), do Consulado Chinês no Brasil, do Banco da China e de empresas chinesas que já têm parcerias ou estão em vias de desenvolvimento de relações com o Estado.
Ajuda em números
As empresas chinesas manifestaram apoio pela situação do Estado. O representante da Kwai destacou a campanha feita em parceria com a banda gaúcha Fresno e o podcast Podpah, que arrecadou mais de R$ 2 milhões em doações.
O presidente do conselho da CPFL Energia, Chen Daobiao, informou que a empresa está acionando seu plano de contingência. Segundo Daobiao, foram organizados 897 grupos de técnicos para recuperar as linhas de transmissão de energia, principalmente para abastecimentos de locais essenciais como hospitais. Também foram arrecadados materiais para doação no valor de R$ 3 milhões, que já estão a caminho do Estado, bem como 500 caixas de itens de primeira necessidade, além de estar em andamento a criação de um canal de doações on-line.
O cônsul-geral da China em São Paulo, Yu Peng, destacou que China e Brasil são parceiros de futuro compartilhado. "Estamos unidos para fazer o máximo possível para ajudar", salientou. Peng disse que a comunidade chinesa em São Paulo conseguiu o valor de R$ 1 milhão em arrecadações e que os professores chineses do Instituto Confúcio, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), estão trabalhando nos postos de acolhimento para auxiliar os desabrigados.
Texto: Taís Teixeira/Ascom Sedec
Edição: Anelize Sampaio/Secom RS