Secretários de Estado debatem processo de transição energética justa no Tá Na Mesa, da Federasul
Marjorie Kauffmann e Ernani Polo falaram sobre potencialidades e desafios do setor
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Com o tema “Desafios e oportunidades da segurança mineral brasileira”, o Tá Na Mesa, tradicional reunião-almoço promovida pela Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), abordou a mineração no Estado nesta quarta-feira (8/10). Os titulares das secretarias do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Marjorie Kauffmann, e de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Ernani Polo, foram palestrantes no evento.
A palestra, acompanhada por autoridades políticas e empresariais e pela imprensa, reforçou o papel da mineração gaúcha como motor de crescimento socioeconômico baseado na sustentabilidade. Também participaram o engenheiro de minas e diretor de Assuntos Minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Julio Cesar Nery Ferreira, e o geólogo e ex-diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Victor Hugo Froner Bicc.
Com uma produção forte em ouro, cobre e minério de ferro, o Rio Grande do Sul vem consolidando sua posição como um dos principais Estados na indústria mineral, ocupando a nona posição entre os produtores de minerais e a segunda em número de minas/unidades, produção de carvão mineral e de água mineral. O RS também tem relevância na produção de gemas, aparecendo no quarto lugar no ranking nacional.
Dados do setor
A mineração do RS contribuiu com 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2024 – o que posiciona o Estado como o 11º do país em arrecadação na indústria mineral, com faturamento de R$ 270 bilhões no último ano. Estima-se que o setor gere 200 mil empregos diretos e 800 mil indiretos.
No mercado interno, calcário, areia, brita e argila são utilizados em áreas como construção civil, agricultura e indústrias. A produção de carvão mineral abastece, principalmente, as termelétricas localizadas no RS.

No mercado externo, o destaque vai para as rochas ornamentais – como granito e mármore — e as gemas, cujos principais destinos são Estados Unidos, Alemanha, Japão, Itália e Bélgica. Em 2024, a exportação total foi de R$ 93 bilhões – um crescimento de 3,6% em relação a 2023.
Para o titular da Sedec, a visão sobre a mineração gaúcha precisa de um reposicionamento, para que o setor seja compreendido como estratégico. “A mineração é uma das prioridades do governo. Na iniciativa 38 do Plano de Desenvolvimento Econômico, Inclusivo e Sustentável, no habilitador de Recursos Naturais, está contemplada, por exemplo, a Transição Energética Justa para as Regiões Carbonífera e da Campanha. Já estamos trabalhando com todos os atores envolvidos por meio de um grupo de mineração criado em 2023”, destacou. “A mineração tem potencial para gerar muitos empregos e renda, e defendemos que a atividade seja desempenhada com sustentabilidade – exigência que torna o segmento um dos caminhos para a transição energética justa”.
A mineração tem presença transversal nas quatro economias do Plano de Desenvolvimento Econômico, Inclusivo e Sustentável do RS. A atividade fornece insumos essenciais à Economia de Manutenção; é elemento-chave da transição energética na Economia de Sustentação; contribui com soluções sustentáveis e fertilizantes naturais na Economia de Ascensão; e projeta o Estado em cadeias de inovação e tecnologia por meio dos minerais críticos e estratégicos.
Mineração e transição energética
O plano dialoga com o Programa ProClima 2050 e com a Transição Energética Justa das Regiões Carboníferas, em elaboração pela Sema e pela Sedec, que buscam alinhar a exploração mineral a uma agenda de descarbonização, inovação e reindustrialização verde. Um dos objetivos é fortalecer o papel da mineração como alicerce para uma economia mais sustentável e competitiva.

“A mineração no Rio Grande do Sul é conduzida com responsabilidade e sob o mais absoluto rigor técnico e ambiental. Todas as licenças concedidas pelo Estado seguem critérios sólidos, amparados pela legislação e em análises criteriosas que asseguram a sustentabilidade das operações”, explicou Marjorie. “Nosso compromisso é garantir que o desenvolvimento econômico caminhe lado a lado com a proteção dos recursos naturais e com a segurança das comunidades. A mineração sustentável é possível e necessária dentro de uma economia que busca a neutralidade de carbono e a transição energética justa.”
A Agenda ProClima 2050 estabelece o compromisso do RS com a neutralidade de carbono e a promoção de um modelo de desenvolvimento sustentável. Nesse contexto, a mineração vem se consolidando como um setor alinhado às diretrizes ambientais do Estado, investindo em inovação, eficiência energética e práticas de recuperação de áreas degradadas.
Texto: Ascom Sedec e Ascom Sema
Edição: Secom