Leite destaca potencial do RS no maior fórum de investimentos da América Latina
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O governador Eduardo Leite participou nesta terça-feira (7/11), em Brasília, da 6ª edição do Brasil Investiment Forum (BIF), considerado o maior fórum de investimentos da América Latina. Em painel intitulado "A construção de uma nova indústria", ele destacou o potencial do Rio Grande do Sul para a atração de investimentos, a partir do ajuste nas contas promovido pelo governo, e para o fomento à inovação, área em que o Estado ocupa a segunda posição no ranking do Centro de Liderança Pública (CLP).
Leite defendeu que o Estado atue como agente para criar um ambiente que estimule a capacidade individual de empreendedorismo a fim de gerar novos negócios. "Mesmo com a vocação dos gaúchos, até pouco tempo atrás havia muitas barreiras impostas pelas dificuldades estruturais da máquina pública. Por isso foi tão importante recuperarmos a capacidade de investimento e revisarmos a carga tributária, que estava majorada, equalizando com o que é praticado nos demais Estados para retomar a nossa competitividade", afirmou.
A ampliação da capacidade de investimentos na atividade portuária foi citada como exemplo do resultado do ajuste de contas promovido pela gestão estadual, o que também contribuiu para alavancar vários setores da indústria de exportação.
"No Porto de Rio Grande, as receitas das taxas não retornavam, porque o Estado pegava esses recursos para pagar salários, ainda assim atrasados ou parcelados. Agora, a receita fica lá para gerar investimento e maior competitividade. O porto investiu com as suas receitas, de 2011 a 2021, R$ 31 milhões. De 2022 para cá, já temos R$ 350 milhões de investimentos contratados", detalhou.
Conforme Leite, o Rio Grande do Sul tem 18 parques tecnológicos – entre eles Tecnosinos e Tecnopuc, os dois melhores do país – e o atual governo fez o maior investimento da história em financiamento de iniciativas de inovação. Apenas o programa Avançar destinou R$ 112,3 milhões para área. Em 2023, a Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do RS (Fapergs) já fizeram aporte de R$ 77,2 milhões em investimentos e editais de fomento à pesquisa.
O governador lembrou que a decisão do governo federal de retomar as atividades do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), em Porto Alegre, que estavam suspensas havia dois anos, é outra oportunidade para alavancar a indústria no Estado.
A fábrica produz chips semicondutores, ativo essencial para diversos setores econômicos, com alto potencial para integrar a política de industrialização com benefícios tributários. “O privilégio de ter a Ceitec em Porto Alegre nos capacitou de forma diferenciada no setor de semicondutores. Agora, esta retomada marca mais um avanço extremamente significativo para nossa política estratégica de sermos referência no setor no Brasil e na América Latina”, afirmou Leite.
A sustentabilidade e a transição energética foram apontadas pelo governador como caminhos essenciais ao desenvolvimento da indústria, visando a produção com menor volume de emissões de gases do efeito estufa e uma produção agrícola responsável com o meio ambiente.
Atualmente, 83% da energia gerada no Rio Grande do Sul provém de fontes renováveis, e o Estado ocupa a quinta posição no país em capacidade instalada de energia eólica. São 1.836 megawatts gerados em 80 parques eólicos distribuídos em nove municípios. Há ainda 61 projetos onshore (em terra) em fase de licenciamento e outros 21 projetos offshore (no mar).
Em agosto, o governo lançou o Programa de Desenvolvimento da Cadeia de Hidrogênio Verde no RS (H2V-RS), para apoiar empreendimentos e implementar políticas públicas que fomentem a produção, transmissão, armazenagem e o uso do novo combustível.
Também participaram do painel, no Palácio do Itamaraty, o superintendente de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), João Paulo Pieroni, a secretária-executiva do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Verena Hitner Barros, o diretor-executivo da Jaguar Land Rover, François Dossa, e o economista da XP Investimentos, Caio Megale. A moderação ficou a cargo do jornalista Luciano Pádua, editor da Exame.
Os painelistas abordaram, entre outros temas, a evolução tecnológica para a indústria, as novas tendências de desempenho social e ambiental das empresas, além das questões financeiras e seus impactos futuros nas indústrias regionais e globais. Também comentaram a retomada de políticas nacionais de industrialização com transversalidade entre as diversas áreas e esferas de governo.
O BIF foi realizado pela primeira vez em Brasília, por meio de uma parceria entre o governo federal, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
Texto: Carlos Ismael Moreira/Secom
Edição: Vitor Necchi/Secom