Israel promove inovação com investimento em pesquisa e conexão entre universidades, governos e empresas
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No último dia da missão governamental e empresarial a Estônia, Suécia e Israel, a comitiva do Rio Grande do Sul visitou a Autoridade de Inovação de Israel, em Jerusalém. Nos 13 dias de percurso, que se encerram nesta quinta-feira (21/11), por experiências de inovação, pesquisa, indústria e governo digital, foi possível entender como três dos países mais avançados do mundo conseguiram vencer seus desafios e usar a tecnologia para impulsionar o desenvolvimento e melhorar a vida das suas populações.
Na Autoridade de Inovação de Israel, o grupo foi recebido por Alan Hofman, diretor de Colaboração com a América Latina, que apresentou a estratégia do país para promover a inovação. De acordo com Hofman, as ações são promovidas com o objetivo de garantir um desenvolvimento que seja sustentável no tempo e também inclusivo, social e geograficamente. O governo de Israel considera que cada US$ 1 investido em inovação é capaz de gerar de US$ 5 a US$ 8.
Os números de Israel são expressivos em relação à inovação, justificando porque o país passou a ser conhecido como startup nation. Cerca de metade da exportação israelense decorre de negócios com base tecnológica. O peso na economia é relevante: 8,3% dos empregos e 12% do Produto Interno Bruto (PIB). “Tudo isso se deve à mudança radical na economia nos últimos 20 anos, em que o conhecimento passou a ser decisivo. Não foi por magia que Israel se tornou uma startup nation”, explicou Hofman.
Olhando para o caso brasileiro, Hofman argumentou que o país precisa elevar o gasto em pesquisa e desenvolvimento, além de conduzi-lo de uma maneira mais estratégica, melhorando a conexão entre empresas, governos e universidades. Israel investe 4,3% do PIB em pesquisa e desenvolvimento, três vezes e meio mais do que o Brasil.
A Autoridade Israelense apoia financeiramente o desenvolvimento de projetos de inovação, com vários modelos de suporte, dependendo do estágio em que se encontra o projeto. Por meio de fundos, é oferecido um suporte de até 50% do valor necessário para acelerar um empreendimento, de acordo com critérios de seleção e adesão às prioridades do país. Chama a atenção, entre os pilares de atuação da organização, a filosofia de compartilhamento de riscos.
Parcerias em prol da inovação
Hofman sinalizou a possibilidade de o contato com o Rio Grande do Sul evoluir para uma parceria, principalmente por meio de um fundo de financiamento à inovação, que de alguma forma intensifica a troca tecnológica entre Brasil e Israel. De acordo com o secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia, Luís Lamb, o Rio Grande do Sul tem perfil para fazer a parceira. “O valor da economia está baseado no conhecimento, e o Rio Grande do Sul tem ativos importantes nessa área. Neste governo, colocamos a política de inovação no centro da estratégia de desenvolvimento”, afirmou Lamb.
Ao longo de 13 dias, um grupo de organizações públicas e privadas do RS cumpriu 27 agendas na Estônia, na Suécia e em Israel. Dois Memorandos de Entendimento foram assinados. Em Tallinn, na Estônia, as secretarias de Inovação, Ciência e Tecnologia e de Governança e Gestão Estratégica firmaram com a e-Governance Academy (eGA) – o centro de promoção de governança digital da Estônia – um acordo pelo qual se comprometeram a desenvolver parcerias para trocar informações a respeito de políticas de inovação e qualificação da governança digital. Além de visitas recíprocas, firmou-se o compromisso de promover treinamentos, pesquisas e aproximação entre empresas.

Em Haifa, Israel, foi assinado o segundo documento oficial da viagem, com a empresa AEL Sistemas, subsidiária da gigante Elbit Systems, cujo objetivo é incrementar parcerias, identificar oportunidades para colaboração científica e desenvolver ecossistemas de inovação. O foco do acordo é aeroespacial, em que a AEL tem atuado, inclusive como fornecedora do Ministério da Defesa. A Elbit Systems sinalizou o interesse de intensificar suas relações com instituições universitárias e parques tecnológicos no Rio Grande do Sul.
Além de integrantes do governo do Estado e empresários, participaram das agendas representantes da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), da Universidade de Passo Fundo (UPF), da Imed, da Fábrica do Futuro, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), da Federação Israelita do Rio Grande do Sul e da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação – Regional RS (Assespro-RS).
Texto: Alexandre Elmi/Secom
Edição: Patrícia Specht/Secom